SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Mubi, streaming ‘cult’ que vem abocanhando filmes de grandes diretores e chegou até a levar “A Substância” ao Oscar, tem sido criticado na internet após receber, no final de maio, um investimento de US$ 100 milhões da Sequoia Capital, que teria ligações com o setor de defesa militar de Israel.
No ano passado, a a empresa de capital de risco liderou uma rodada de financiamento inicial de US$ 10 milhões para a Kela, startup de tecnologia de defesa fundada por veteranos da inteligência israelense em julho de 2024, na esteira dos ataques de 7 de outubro e da revide israelense na Faixa de Gaza. Depois, em maio deste ano, a empresa recebeu US$ 60 milhões em outra rodada de investimento, também apoiada pela Sequoia.
Atualmente, a Kela desenvolve para Israel sistemas que integram tecnologias comerciais com IA nos campos de batalha -supostamente, com dinheiro vindo da mesma origem daquele que agora também financia o crescimento da Mubi. É esse vínculo, ainda que indireto, que tem levado internautas a pedirem boicote à Mubi nas redes sociais.
“É hora de adicionar a Mubi à lista do BDS”, disse uma publicação no X, ex-Twitter, em referência ao movimento palestino de “boicote, desinvestimento e sanções”. O grupo Trabalhadores pelo Cinema da Palestina se declarou “horrorizado” com a situação, que considera inaceitável, e exigiu que a Mubi devolva o investimento da Sequoia.
Na manhã deste sábado, o Mubi publicou um comunicado nas redes sociais afirmando que leva a sério as opiniões da sua comunidade de usuários, mas que as convicções de investidores individuais não refletem as opiniões do streaming.
“Escolhemos trabalhar com a Sequoia porque a empresa e nosso parceiro lá, Andrew Reed, apoiam a missão da MUBI e querem nos ajudar a expandir e levar um ótimo cinema para ainda mais pessoas ao redor do mundo”, disse o comunicado. “Seguimos firmes como uma empresa independente liderada por fundadores.”