Walison Veríssimo

Chegou ao fim o processo de fusão entre PSDB e Podemos, que vinha sendo negociado há meses. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (12), após um impasse em torno do controle da nova legenda inviabilizar a continuidade das tratativas.

O ponto de ruptura foi a exigência da presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, de manter a presidência da futura sigla por ao menos quatro anos, com seu próprio nome à frente do comando. O PSDB, por sua vez, propunha um modelo de gestão compartilhada, com rodízio na presidência nos dois primeiros anos.

“Nesses termos colocados pelo Podemos, a fusão não nos interessa. Não pretendemos simplesmente entregar o PSDB para outro partido administrar”, afirmou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais articuladores tucanos no processo.

A decisão foi comunicada e respaldada por lideranças do PSDB, como o presidente nacional Marconi Perillo, o secretário-geral Paulo Abi-Ackel (MG) e o líder da bancada na Câmara, Adolfo Viana (BA).

A insatisfação de parte do Podemos já havia vindo a público na quarta-feira (11), quando o deputado federal Glaustin da Fokus cobrou um desfecho para o processo. Em conversa com Renata Abreu, o parlamentar defendeu que a Executiva nacional desse um posicionamento claro, já que a indefinição vinha prejudicando a montagem das chapas para as eleições de 2026.

Antes da decisão de encerrar as conversas, os dois partidos já haviam avançado em etapas formais da fusão. O PSDB aprovou a proposta em sua Executiva e em convenção nacional. Também estavam acordados o nome provisório da nova legenda (PSDB+Podemos), símbolo e programa.