BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (13) Gilson Machado (PL), ex-ministro do Turismo do governo de Jair Bolsonaro (PL). A prisão ocorreu no Recife.
Na mesma operação, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi alvo de buscas em Brasília. Os policiais chegaram à casa do militar munidos ainda de um mandado de prisão, mas foram informados já na residência do oficial que a detenção estava revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, segundo a defesa de Cid
“A prisão foi revogada. Eu estou do lado do Cid”, afirmou nesta manhã Cezar Bitencourt, advogado de Mauro Cid. O militar prestará depoimento à Polícia Federal nesta sexta.
Nesta semana, a PGR (Procuradoria-Geral da República) havia autorizado um pedido da PF para investigar Machado, em peça enviada terça-feira (10) ao STF (Supremo Tribunal Federal).
A suspeita é que Machado tenha atuado junto ao consulado de Portugal no Recife, no mês passado, para obter a expedição de um passaporte português em favor de Mauro Cid, segundo suspeitas da PF.
O intuito, segundo a peça assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, com informações da polícia, seria viabilizar a saída do militar do território nacional. O ex-ministro, porém, não teria obtido êxito na emissão do documento.
Procurado no início da semana, Machado negou “veementemente ter ido a qualquer consulado”. Ele acrescentou que apenas manteve contato telefônico, em maio, com o consulado português para solicitar uma agenda para renovar o passaporte de seu pai, “o qual foi feito após dita solicitação”.
Machado é conhecido como o “sanfoneiro” do ex-mandatário, participava das lives do político e foi presidente da Embratur. Em 2022, tentou o cargo de senador por Pernambuco, mas não foi eleito. Também concorreu a prefeito do Recife em 2024 e perdeu.
Ele diz que Bolsonaro é seu mentor político, a quem diz ser fiel. Nas redes sociais, ele se define também como veterinário e cristão conservador.
Mauro Cid informou ao STF que tentou obter passaporte português em janeiro de 2023. Ele argumentou que seus familiares já tinham a dupla cidadania reconhecida e iniciou os processos burocráticos junto à embaixada para conseguir o documento.
As informações foram repassadas pelo militar no âmbito de sua colaboração premiada, antes da denúncia apresentada pela PGR, como forma de comprovar que a tentativa de obter o passaporte português em 2023 não teve relação com as investigações que implicam Cid na trama golpista.