Walison Veríssimo
Durante o encontro estadual do PL em Goiânia, o deputado federal Gustavo Gayer adotou um discurso que reforçou a confiança do partido em ampliar seu protagonismo nas eleições de 2026 e projetou uma futura hegemonia da direita no país. Ao traçar este cenário, Gayer evitou citar o governador Ronaldo Caiado (UB), que se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, e destacou que o próximo presidente será escolhido por Jair Bolsonaro.
“O próximo presidente do Brasil vai ser de direita. Vai ser Bolsonaro ou quem Bolsonaro colocar o dedo”, afirmou. Em seguida, mencionou nomes como Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, sem incluir Caiado, que tem buscado espaço no eleitorado conservador.
Outro trecho de impacto no discurso foi a admissão de um acordo entre o PL e o governo estadual. Gayer relatou que a legenda optou por negociar para garantir que seus prefeitos não fossem mais alvo de “pressões e intimidações” vindas do entorno do Palácio das Esmeraldas, um movimento que, segundo ele, buscava enfraquecer a base bolsonarista em Goiás.
“Houve uma possibilidade de sentarmos à mesa como pessoas civilizadas e chegarmos a um acordo onde o nosso partido não seria mais perseguido, os nossos prefeitos fossem tratados com dignidade, suas demandas atendidas”, declarou. A costura política incluiu, nos bastidores, a decisão do PL de não recorrer no processo que poderia levar o governador à inelegibilidade no TSE.
Gayer também enviou um recado interno, dizendo que lideranças que optarem por abandonar o projeto do PL em troca de vantagens imediatas não terão apoio no futuro. “Tem gente se vendendo por algo que só vai trazer benefícios nos dois primeiros anos. Nos dois últimos anos, não vai ter nada. Nós vamos valorizar quem entender isso e ficar com a gente”, reforçou.
Em tom de mobilização, Gayer previu que o PL consolidará posição como a maior força política de Goiás. “Nós vamos explodir e ninguém vai conseguir segurar isso. O PL vai ser o maior partido de Goiás”, afirmou. Para ele, até adversários reconhecem que o campo conservador dominará o próximo ciclo eleitoral. “Até o mais odioso esquerdista sabe que a direita vai comandar o país”, concluiu.