
A admissão de 12 pacientes pediátricos no Complexo Oncológico de Referência do Estado (Cora), nesta segunda-feira (9/6), é o primeiro passo rumo à inauguração oficial da primeira etapa da unidade, prevista para julho. O início dos trabalhos foi acompanhado pelo governador Ronaldo Caiado, que definiu o momento como a concretização de um sonho.
“Não tem nenhum hospital privado no país que dá as mesmas condições de atendimento e procedimentos que estamos dando às crianças, via SUS [Sistema Único de Saúde]. Isso é inédito”, ressaltou.
Cora
O Cora representa uma revolução nacional no tratamento contra o câncer. Com aparelhos modernos e ampla estrutura física, a primeira etapa, que iniciou hoje os atendimentos, teve investimento estadual de R$ 192,7 milhões em obras e R$ 63,2 milhões em equipamentos.
O presidente da Fundação Pio XII, responsável pela gestão do hospital, Henrique Prata, anunciou que parte desse recurso irá retornar aos cofres públicos. “Sobrou crédito de receita e estamos devolvendo para o Tesouro do Estado”.
Durante visita às instalações da unidade, Caiado destacou a celeridade da obra e que o Estado driblou todas as dificuldades para, enfim, ofertar tratamento oncológico gratuito à população. “Muita gente achou que não aconteceria”, comentou ao lembrar que o Estado demorou mais tempo para conseguir o terreno (três anos), que pertencia à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do que para construir, equipar e começar os atendimentos.
“Demoravam em torno de 15 ou 20 anos para se construir um hospital em Goiás. Esse foi construído em dois anos e um mês depois da terraplanagem”, disse o governador.
Em fase final de preparação para inauguração da ala pediátrica, o Cora é o primeiro hospital público destinado exclusivamente ao tratamento do câncer no Estado. A unidade foi concebida, construída e equipada com tecnologia de primeiro mundo, tendo como inspiração o Hospital de Amor, de Barretos (SP), e atendendo a padrões internacionais de excelência em medicina oncológica.

O custeio mensal da ala que atenderá crianças e adolescentes será de R$ 6 milhões. Essa primeira fase do hospital contará com 60 leitos, sendo 48 de internação e 12 de observação, o que inclui enfermaria e UTIs. A estrutura também dispõe de 115 espaços de cuidado, como: quatro centros cirúrgicos; ambulatórios; radiologia; internação; e pronto-socorro.
“Goiás tinha o hábito de inaugurar sem funcionar. Hoje nós estamos aqui recebendo as primeiras 12 crianças. Até amanhã já serão 20, 30, 40 e assim por diante”, mencionou Caiado.
A equipe de 275 profissionais, treinados desde abril com profissionais de Barretos, já está preparada para atuar na unidade. “Chegar aqui e ver tudo plenamente em funcionamento nos deixa impressionados. São coisas que nem mesmo hospitais privados têm, como a ressonância integrada ao centro cirúrgico, a área de transplante com um filtro 300% mais eficiente que o comum, e suítes para os pais integradas aos quartos dos filhos que estão em tratamento”, comentou o vice-governador Daniel Vilela.
Entre os diferenciais tecnológicos da unidade, destaca-se ainda um aparelho de ressonância magnética de última geração, com uso de inteligência artificial, que acelera o tempo de exame, melhora a qualidade das imagens e aumenta a precisão nos diagnósticos.
Primeiros pacientes
Entre os primeiros pacientes admitidos está Sofia Garcez, de quatro anos, que luta contra um neuroblastoma. Nos últimos meses, a família precisou dividir a vida entre Goiânia e Barretos devido ao tratamento no Hospital de Amor.
“Era muito difícil ir e voltar. Agora, ter aqui toda essa estrutura, sem ter que sair de casa, é um presente”, declarou a mãe da menina, Flávia Garcez.
A distância também já não será empecilho para a família de Gael Benício Rocha, de quatro anos. O menino, que faz tratamento há três anos contra um coágulo na cabeça, foi transferido do Hospital de Amor para o Cora nesta segunda-feira.
“Ofereceram para mim a possibilidade do encaminhamento, e aceitei. Achei excelente, porque não preciso mais viajar para lá, onde não tinha ajuda nenhuma. Éramos só eu e meu marido”, afirmou a mãe Fabíola Rocha, que é de Aparecida de Goiânia.
Já Jhennifer Louise Souza Camargo, de 12 anos, que mora em Goianésia, descobriu há poucos dias um tumor na região abdominal, e agora passará por uma série de exames no Cora para dar início ao tratamento.
“Fomos à UPA [Unidade de Pronto Atendimento] na nossa cidade, e encaminharam no mesmo dia para Goiânia. É um alívio conseguirmos essa vaga. Estou confiante de que vai dar tudo certo com a minha filha”, disse a mãe da paciente, Naiara Pereira de Souza.
Segundo o secretário adjunto de Saúde, Sergio Vencio, a admissão dos pacientes está sendo feita via regulação, conforme a unidade inicia os atendimentos.
“Na medida em que a gente abriu a porta, começamos a receber os pedidos e estamos em um contato muito próximo com o hospital de Barretos para, aos poucos, trazer os pacientes goianos para cá e queremos também dar oportunidade para pacientes com diagnóstico recente de câncer começarem o tratamento aqui”, explicou.
Marco na saúde
Com a inauguração oficial da primeira etapa prevista para julho, o Cora se tornará um dos maiores e mais modernos hospitais públicos de tratamento do câncer no Brasil. Com localização estratégica próxima ao Aeroporto Santa Genoveva e à BR-153, em Goiânia, o hospital ocupa uma área de 177.228 m², doada pela União. O perfil é prestar assistência ambulatorial e de internação clínica e cirúrgica de média e alta complexidades em oncologia.
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Fonte: Agência Cora