SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Promotoria eleitoral de Campinas, no interior paulista, pediu a cassação do mandato do prefeito da cidade, Dário Saadi (Republicanos), e do vice-prefeito, Wandeley de Almeida (PSB), por abuso de poder político e econômico durante as eleições municipais de 2024. A ação também pede sua inelegibilidade por oito anos.
Segundo as acusações, o então candidato à reeleição gravou vídeo em tom de campanha em um equipamento municipal, o Centro Dia do Idoso, em setembro do ano passado. Nas imagens, Saadi aparece interagindo com funcionários e com uma frequentadora do local.
De acordo com o promotor da 33ª Zona Eleitoral de Campinas, Guilherme Athayde Ribeiro Franco, a postagem só ocorreu “porque o candidato teve plena liberdade [em razão do cargo que já ocupava] de acesso e interação com os idosos/funcionários da repartição pública, o mesmo não se pode dizer dos demais itens da ação”. Foi pedida também a remoção do referido conteúdo das redes sociais. “Frise-se que não se pode permitir que a máquina administrativa seja usada para reforçar ou alavancar campanha eleitoral de quem quer que seja”, escreveu o promotor.
A ação movida pelo deputado estadual Rafael Zimbaldi (Cidadania), derrotado por Saadi nas urnas, citou também comunicações feitas durante a campanha para anunciar a mudança da Câmara Municipal de Campinas para o Palácio da Justiça. O promotor, porém, argumentou que não se tratou de promessa eleitoral. O caso será apreciado pela Justiça Eleitoral.
Em nota, a gestão do prefeito Saadi afirmou que as acusações têm teor similar a outra ação já julgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que inocentou o prefeito reeleito, em abril deste ano. “A defesa do prefeito confia que o entendimento da Justiça agora será o mesmo”, disse. “A ação da qual trata o parecer do MP refere-se às eleições de 2024 e ainda tramita na Justiça Eleitoral de Campinas, sem nenhuma decisão proferida”, continuou.
Saadi foi reeleito prefeito de Campinas no primeiro turno e derrotou os candidatos Pedro Tourinho (PT), que ficou em segundo lugar, e Zimbaldi, terceiro colocado na disputa.
Natural de Pedregulho (a 437 km de São Paulo) e médico urologista de formação, Dário foi vereador por quatro mandatos entre 1996 e 2012 e presidiu a Câmara entre 2005 e 2006. Também foi secretário de Esportes no governo de Jonas Donizette (PSB), antes de ser eleito prefeito em 2020, e presidente do hospital Mário Gatti.