SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma mulher brasileira vítima de tráfico humano e exploração sexual em Mianmar, na Ásia, foi resgatada e repatriada no domingo (8).

De acordo com a Polícia Federal, a vítima, natural de Pernambuco, era mantida em cárcere privado e submetida à exploração sexual por integrantes de uma organização criminosa, em um hotel no Sudeste Asiático.

A brasileira, conforme a PF, teve seu nome incluído na lista de difusão azul da Interpol -quando há cooperação internacional para encontrar uma pessoa em meio a uma investigação criminal-, o que possibilitou sua localização e posterior resgate.

Por causa da descoberta da caso, a PF desencadeou uma operação, a Double Key, para investigar a organização criminosa especializada no tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, com atuação em Mianmar.

Na ação, a Polícia Federal prendeu na última sexta-feira (6) dois homens de origem chinesa por suspeita de participarem da organização.

As prisões preventivas ocorreram quando os dois suspeitos desembarcavam de um voo vindo do Camboja no aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Também foram cumpridas medidas cautelares contra uma brasileira, além de mandado de busca e apreensão em sua residência na capital paulista.

De acordo com a PF, as investigações apontam que o grupo criminoso, composto majoritariamente por cidadãos chineses legalmente estabelecidos no Brasil, aliciava jovens brasileiras com falsas promessas de emprego no estado de Karen, em Mianmar, onde vêm sendo erguidos, nos últimos anos, empreendimentos comerciais como hotéis e cassinos.

“As investigações seguem em curso e os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual”, diz a PF, em nota.

Em fevereiro, dois brasileiros vítimas de tráfico humano, de 31 e 26 anos, foram repatriados. Eles contaram na chegada ao aeroporto de Guarulhos que haviam sido atraídos por promessas de emprego na Tailândia, mas acabaram sequestrados e levados a Myawaddy, cidade de Mianmar, onde foram escravizados.

Eles disseram que eram obrigados, por uma máfia local de origem chinesa, a aplicar golpes financeiros, pelo WhatsApp, para arrecadar recursos para a organização. Se não cumprissem metas, eram torturados.