SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após um passageiro cair nos trilhos do metrô na estação Marechal Deodoro da linha 3-vermelha, em São Paulo, um agente na estação, que estava sozinho no local, interrompeu a energia elétrica na via e precisou da ajuda de colegas da estação Barra Funda para ajudar na ocorrência.

Documento do Metrô ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso indica que o acidente aconteceu às 23h07 de sábado (7). Nas observações, há uma descrição da comunicação via rádio entre o funcionário da estação Marechal Deodoro e o Centro de Controle Operacional, com menção ao fato de que o colaborador estava sozinho em serviço na parada.

Por causa disso, ele acionou a suspensão de energia nas vias e foi informado que os agentes da estação Barra Funda iriam até o local.

Procurado, o Metrô afirmou, em nota, que agentes resgataram um passageiro embriagado que caiu na via da estação. A nota não confirma que o agente estava sozinho, mas menciona que ele fez a suspensão de energia e que seguranças atenderam o homem que caiu na via.

“Após a queda, o funcionário a serviço na estação retirou a energia da via de imediato, possibilitando a segurança do passageiro e atuação dos seguranças que realizaram o atendimento e o encaminharam para a unidade hospitalar.”

Segundo o Metrô, todas as estações têm equipamentos e recursos para atuação rápida em emergências, e a distribuição de funcionários é feita de acordo com a demanda.

“A distribuição dos funcionários é feita por trechos, de forma estratégica, atendendo a estações com maior demanda, em acordo com a dinâmica do sistema, que conta com aumento de demanda em estações conforme os eventos da cidade, garantindo também agilidade nos deslocamentos.”

À Folha de S.Paulo Alex Santana, vice-presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários), disse que a situação foi um retrato da escassez de funcionários. “Num caso como esse, deveria haver de dois a três funcionários para fazer o resgate, outro coordenando a ocorrência e mais funcionários para fazer o atendimento do resto da população que está na estação e na plataforma.”

Ele também afirma que os funcionários deveriam passar por exames médicos e psicológicos após esse tipo de atendimento. O Metrô não disse se isso ocorreu.

“Ainda defasou a estação Barra Funda, que é estratégica para a linha 3. Se tivesse falha de equipamento lá, não teria como resolver, porque os funcionários estavam na [Marechal] Deodoro.”