SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Miguel Uribe, um senador de direita e pré-candidato à Presidência da Colômbia nas eleições previstas para maio de 2026, foi baleado neste sábado (7) em Bogotá, segundo um comunicado do governo.

Vídeos divulgado nas redes sociais mostram o político de 39 anos fazendo um discurso diante de várias pessoas quando se ouvem disparos. Em outra imagem, ele aparece deitado sobre um veículo, com o corpo ensanguentado, sendo amparado por um grupo de homens, que parecem tentar estancar um sangramento em sua cabeça.

O prefeito de Bogotá, Carlos Galán, informou que Uribe estava “sendo atendido em caráter de urgência” por equipes médicas. Disse ainda que o responsável pelos disparos havia sido preso.

Por sua vez, o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, condenou o atentado e anunciou na rede social X uma recompensa de cerca de US$ 700 mil por informações que levem à captura dos responsáveis. A cúpula das Forças Armadas e da Polícia realiza uma reunião para “traçar a estratégia para lidar com essa situação”, afirmou o ministro.

Segundo o jornal El País, Uribe foi levado com rapidez a uma clínica da capital, e os relatos indicavam que o político estava em estado grave.

Uribe é filiado ao partido Centro Democrático, liderado pelo influente ex-presidente Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2018. Em outubro passado, ele anunciou sua intenção de concorrer à Presidência em 2026 para suceder Petro, de quem é um crítico ferrenho.

Em maio, o portal La Silla Vacía compilou oito pesquisas eleitorais, que indicavam Uribe como o 7º colocado nas intenções de voto, com 4,4% e empatado com Maria Fernanda Cabal, outra postulante do Centro Democrático.

Com formação acadêmica em direito, administração e políticas públicas, ele foi o vereador mais jovem a ser eleito em Bogotá. Na eleição ao Senado, obteve a maior votação na história do país. Defende bandeiras da segurança e da liberdade da Colômbia.

O governo de Gustavo Petro repudiou “de maneira categórica e contundente o atentado” contra Uribe, que participava de um ato de campanha na zona oeste da capital colombiana.

“Esse ato de violência é um ataque não apenas contra a integridade física do senador, mas também contra a democracia, a liberdade de pensamento e o exercício legítimo da política na Colômbia”, diz o comunicado.

O próprio presidente também escreveu em seu perfil no X uma mensagem que indica que Uribe foi morto. “Colômbia e sua violência eterna. Querem matar o filho de uma mulher árabe em Bogotá, a quem já haviam assassinado, e não se deve matar no coração do mundo. Matam tanto o filho quanto a mãe”, disse Petro, em referência ao fato de que a mãe do senador foi morta em um ato de violência.

“Minha solidariedade à família Uribe e à família Turbay. Não sei como aliviar a dor deles. É a dor de uma mãe e de uma pátria perdidas”, completa o presidente.

O site oficial de Miguel Uribe diz que a mãe do senador, Diana Turbay, morreu “nas mãos do narcoterrorismo” e que o episódio o levou a entender “que sua missão era lutar por um país seguro, livre e em paz”. Diana era jornalista, foi sequestrada em 1990 por Pablo Escobar e morta no ano seguinte. O senador também é neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, que governou a Colômbia de 1978 a 1982.

“Atentaram contra uma esperança da pátria, contra um grande esposo, pai, filho, irmão, contra um grande colega de trabalho. Pedimos a Deus pela recuperação de Miguel. Confiamos nos médicos, nas Forças Armadas, na Justiça. Apelamos à reflexão da cidadania”, escreveu Álvaro Uribe.

O atentado contra Miguel Uribe também remete ao ocorrido contra outro político presidenciável na América do Sul, mas em Quito, no Equador. Em 9 de agosto de 2023, a 11 dias do primeiro turno, o candidato Fernando Villavicencio, foi vítima de um atentado a tiros após sair de um comício.

Ele foi baleado enquanto entrava em um carro e morreu pouco depois em um hospital. A facção Los Lobos reivindicou a autoria do ataque. O caso ganhou repercussão internacional e elevou o debate acerca da segurança pública e da violência política no Equador ao longo do pleito.