PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – O presidente Lula fez neste sábado (7) uma defesa do seu papel como promotor de atração de investimentos no Brasil, viajando pelo mundo. Apontou os investimentos de R$ 100 bilhões nos próximos cinco anos, anunciados na véspera por um grupo de 15 empresas francesas, como prova disso.

“Eu não sei quanto eu estou gastando, mas eu sei quanto estou levando de volta para o Brasil”, disse ele ao comentar as críticas com os custos da comitiva brasileira na Europa. “O Brasil precisa deixar de ser pequeno. Os nossos embaixadores pelo mundo precisam pensar grande.”

O presidente voltou a defender a entrada em vigor, até dezembro, do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, ao qual a França se opõe. “Longe de mim querer crucificar o pequeno agricultor francês. A Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] tem procuração para assinar o acordo. Mas eu não quero que assinem o acordo e as pessoas fiquem de cara feia. Aí não é acordo.”

Questionado sobre a possível presença do presidente da Rússia, Vladimir Putin, na cúpula dos BRICS, no mês que vem, no Rio de Janeiro, Lula disse que a decisão de ir ou não cabe a Putin. Desde 2023 há um mandado de prisão de Putin, do Tribunal Penal Internacional. Em tese, o Brasil teria que cumpri-lo se o presidente russo pisar em solo brasileiro.

Segundo Lula, o conflito na Ucrânia “está mais próximo de um acordo” do que se imagina. Ele contou ter telefonado para Putin, durante escala na Rússia, no retorno de viagem à China em maio. Disse que no telefonema pediu ao presidente russo que participasse de encontro para discutir a paz, na Turquia, no mês passado. “Ele não foi. Eu lamentei.”

Ainda sobre política externa, Lula voltou a acusar Israel de genocídio.

ELEIÇÕES DE 2026

As falas de Lula ocorrem em entrevista coletiva deste sábado (8) em que o presidente faz uma balanço de sua viagem à França. Perguntado pela Folha, porém, ele comentou sobre as eleições do próximo ano em que deverá tentar a reeleição.

“A extrema direita não vai ganhar as eleições do ano que vem”, disse ele à reportagem, batendo no púlpito com as mãos.