RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil está investigando as circunstâncias da morte de Edson Café, ex-integrante do Raça Negra, encontrado desacordado em uma rua da capital paulista no último sábado (31). Ele foi levado a um hospital no Tatuapé, na zona leste da cidade, onde foi constatado o óbito.

O caso foi registrado pelo 52º DP (Parque São Jorge) como “morte suspeita”, e as circunstâncias estão sob investigação. “O corpo foi encaminhado ao IML Leste e identificado após exames periciais, sendo liberado aos familiares”, afirmou em nota a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

Café foi um dos membros fundadores do Raça Negra, atuando como violonista e percussionista durante 14 anos. No auge do grupo de pagode, nos anos 1990, participou de sucessos como “Cigana” e “Cheia de Manias”. Em 6 de outubro de 1994, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) que deixou sequelas motoras no lado esquerdo do corpo. Sem conseguir tocar instrumentos como antes, ainda permaneceu na banda por mais uma década.

Mais tarde, ele deixou o Raça Negra e enfrentou problemas com álcool e drogas. Em entrevista à Record TV, chegou a comentar que sua vida mudou “da água para o vinho” — a prosperidade financeira e a carreira bem-sucedida deram lugar a uma realidade difícil, marcada por períodos em situação de rua em 2016. Ele passou por clínicas de reabilitação e tentou reconstruir a vida com os filhos no Rio de Janeiro, mas acabou retornando a São Paulo.

Apesar das adversidades, Café buscava formas de sobreviver, trabalhando como guardador de carros e vivendo com o auxílio do governo.