SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo se manifestou contra um pedido da defesa do empresário Tiago Gomes de Souza para transferência do júri para outra cidade. Ele é acusado de matar um idoso com uma “voadora” em Santos, no litoral paulista.

O advogado do acusado alega parcialidade dos jurados mediante a grande repercussão do caso. Por isso, Eugenio Malavasi pediu a transferência do julgamento para outra cidade, ressaltando que ampla cobertura da mídia e a comoção social gerada pela morte do idoso poderiam interferir na opinião dos jurados e comprometer a imparcialidade do julgamento.

Promotor classificou o crime como “bárbaro” e avaliou que as circunstâncias não afetam a capacidade dos jurados. Na manifestação, Fabio Perez Fernandez, do MP-SP, se opôs ao pedido e disse que repercussão do caso não deve ser determinante para a transferência.

César Finé Torresi, de 77 de anos, foi morto em junho do ano passado durante uma discussão de trânsito com o acusado. De acordo com testemunhas, Tiago deu uma “voadora” no idoso, depois da vítima se desequilibrar e encostar no capô de seu carro quando atravessava a rua com o neto. O empresário foi indiciado por homicídio qualificado com dolo eventual e será julgado por júri popular.

“Meu pai se assustou com o carro do agressor, um Jeep Commander, que quase o atropelou. Ele bateu com a mão no capô e o agressor desceu e golpeou meu pai com uma voadora”, disse Cesar Fine Torresi Filho, ao UOL.

O idoso bateu a cabeça ao cair no chão, segundo a Polícia Militar. Um médico que passava pelo local prestou os primeiros socorros e acionou o Samu. César foi socorrido à UPA Leste, de acordo com familiares.

Na UPA, o idoso teve paradas cardíacas e morreu. Ele também teve um quadro de traumatismo craniano, informaram os parentes de César.