BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Minas Gerais investiga um caso de adulteração de imagens de alunas do 3º ano do ensino médio de um colégio particular de Belo Horizonte.
De acordo com relato feito pelas adolescentes nas redes sociais, os colegas teriam manipulado as fotos delas com inteligência artificial (IA) para que elas aparecessem nuas.
As alunas disseram que as imagens estavam sendo compartilhadas nas redes sociais e sendo comercializadas no aplicativo Telegram.
Elas também afirmaram em nota de repúdio que o comportamento é “misógino, perverso e criminoso” e que não se sentem seguras em frequentar o mesmo ambiente que os autores das manipulações.
Procurado, o colégio disse que, diante das denúncias, acolheu as vítimas e seus familiares e aplicou medidas disciplinares contra o suposto autor conforme o regimento da instituição.
A escola afirmou que acionaria o conselho tutelar, o Ministério Público e a delegacia de crimes cibernéticos.
O colégio afirmou, ainda, que “desenvolve sistematicamente atividades educativas voltadas ao uso ético e responsável da tecnologia, contemplando medidas de prevenção e combate das diversas formas de violência que ameaçam crianças e adolescentes, no mundo concreto e no ambiente digital”.
A delegada Larissa Mayerhofer, chefe da divisão especializada em orientação e proteção à criança e ao adolescente, disse que a ocorrência foi registrada e que as investigações começaram na quarta-feira (4), quando os pais das alunas compareceram à unidade.
A apuração corre sob sigilo por envolver menores de idade.
“Fica também o alerta para outros pais que, caso tomem conhecimento por meio de seus filhos de fato semelhante envolvendo o uso indevido de suas imagens, para que façam um devido acolhimento e compareçam à unidade policial”, disse a delegada.
A unidade especializada fica na rua Rio Grande do Sul, 661, no bairro Barro Preto, na capital mineira.
O Ministério Público foi acionado pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), presidente da comissão de educação, ciência e tecnologia da Assembleia Legislativa do estado, para apurar o caso.