Em mais um capítulo da crescente tensão política entre o Palácio do Planalto e governadores, o chefe do Executivo goiano, Ronaldo Caiado (União Brasil), voltou a alfinetar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desta vez por, segundo ele, “falta de pulso firme no combate à criminalidade”.

Durante uma entrevista recente que viralizou nas redes sociais, Caiado reforçou que seu governo adotou uma linha dura contra o crime — e que esperava o mesmo do governo federal. “Aqui em Goiás, o recado foi dado: ou o bandido muda de vida ou muda de estado. E funcionou. A diferença é que eu cumpro o que prometo”, disse o governador, em crítica direta ao que considera um descompasso entre o discurso de campanha de Lula e a prática do governo.

O tom da fala não surpreende quem acompanha os bastidores da política nacional. Pré-candidato à presidência em 2026, Caiado vem apostando todas as fichas no tema da segurança pública para pavimentar seu caminho até Brasília. A estratégia passa por evidenciar contrastes entre sua gestão e a do presidente petista.

Para Caiado, o governo Lula tem falhado em transformar promessas em ações, principalmente no que diz respeito ao combate ao crime organizado. “Ele falou em pacificação, mas não tem entregado resultado. Segurança se faz com coragem, não com discurso bonito em palanque”, disparou.

Goiás, sob a gestão do governador, tem se destacado nacionalmente por políticas de repressão a crimes violentos, operações integradas entre polícias e forte presença do Estado em áreas críticas. Caiado, ex-ministro e médico por formação, construiu sua imagem política com base no rigor e na ordem — e agora tenta nacionalizar essa narrativa como uma alternativa ao atual governo federal.

O embate entre os dois líderes se intensifica num cenário em que segurança pública tem voltado ao centro das discussões nacionais, pressionando o governo federal a apresentar resultados mais concretos. Enquanto isso, Caiado segue explorando esse vácuo político para se posicionar como o nome da firmeza e da autoridade no campo conservador.