SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com um estilo de jogo que busca inspiração no Real Madrid e contando com o retorno de alguns rostos conhecidos da torcida, a era Carlo Ancelotti à frente da seleção brasileira terá seu primeiro teste a partir das 20h (horário de Brasília) desta quinta-feira (5), quando o Brasil mede forças com o Equador em Guayaquil, em duelo válido pela 15ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.

Após uma recepção calorosa de torcedores e dirigentes no Brasil, com direito a visita ao Cristo Redentor e camisa personalizada do Corinthians de presente, a estreia a cerca de um ano para a Copa não deve ser tarefa das mais fáceis para o experiente treinador italiano de 65 anos.

Enfrentando dificuldades para apresentar um futebol convincente nos últimos meses, com falta de criatividade do meio de campo e poucos gols dos atacantes, o Brasil ainda não poderá contar com Raphinha, um dos destaques do Barcelona na atual temporada, além de Rodrygo, do Real Madrid, fora por suspensão e lesão, respectivamente.

Devido ao histórico recente ruim da equipe, que inclui a goleada por 4 a 1 diante da Argentina em Buenos Aires, a seleção é atualmente apenas a quarta colocada na tabela de classificação das Eliminatórias, com 21 pontos, e ainda não está garantida no Mundial de 2026 que será realizado daqui a um ano nos Estados Unidos, no Canadá e no México. Os seis primeiros garantem vaga direta no torneio; o sétimo ainda disputa repescagem.

O Equador, por sua vez, vem embalado em uma sequência de sete partidas invicto –quatro vitórias e três empates– que o alçou à posição de vice-líder do classificatório regional, com 23 pontos. Isso mesmo depois de ter iniciado as Eliminatórias com um saldo negativo de -3 pontos, devido a uma punição imposta pelo TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) por causa da escalação irregular do zagueiro Byron Castillo, ainda durante as Eliminatórias para a Copa de 2022.

Contando com o apoio maciço da torcida nas arquibancadas do Monumental Isidro Romero Carbo, com capacidade para 57 mil torcedores, uma vitória contra o Brasil na noite de quinta-feira pode, inclusive, selar a classificação dos equatorianos à Copa.

No jogo de ida, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, o Brasil venceu pelo placar mínimo de 1 a 0, com gol de Rodrygo, em uma atuação fraca e bastante contestada da seleção dentro de casa.

Com pouco tempo para reverter a situação difícil na qual o time se encontra e definir um novo padrão de jogo, Ancelotti já declarou que quer ver o Brasil jogando da mesma forma que o Real Madrid sob o seu comando na temporada 2023/24, quando os merengues faturaram os títulos do Campeonato Espanhol, da Champions League e da Supercopa da Espanha.

“O meu Brasil vai jogar como o Real Madrid, mas não como o Real Madrid deste ano, e sim como o Real Madrid do ano passado. É isso que eu quero. Sei que o sistema depende das características dos jogadores, você tem que deixá-los confortáveis em campo. Não gosto que minha equipe tenha apenas uma identidade. Não é inteligente”, disse o treinador em entrevista ao jornal espanhol Marca.

Naquela ocasião, os merengues atuavam com uma formação ofensiva que tinha Bellingham mais recuado na armação das jogadas, com Vinicius Junior e Rodrygo à frente.

Nos primeiros treinos visando o confronto contra os equatorianos no CT do Corinthians, Ancelotti esboçou uma formação titular com o ataque formado por Estevão, Vinicius Junior e Richarlison, com o volante Casemiro voltando a ocupar um lugar entre os meias.

A escalação do Brasil de Ancelotti, ao menos em um primeiro momento, deve privilegiar alguns nomes com quem o treinador já trabalhou em clubes.

Richarlison e Casemiro, por exemplo, jogaram sob o comando do italiano no Everton e no Real Madrid, respectivamente, e voltaram a ser chamados após uma ausência de quase dois anos –a última vez em que a dupla defendeu a seleção havia sido em outubro de 2023, na derrota por 2 a 0 para o Uruguai ainda sob o comando de Fernando Diniz, em partida marcada pela grave lesão ligamentar de Neymar.

Um dos líderes do grupo, o zagueiro Marquinhos disse que a chegada de Ancelotti ajuda a “trazer de volta a esperança” à seleção brasileira.

“A expectativa, o desejo e a ambição são das melhores possíveis. O nosso treinador já mostrou a força que ele tem, o que ele pode fazer dentro do futebol, a inteligência que ele tem. Foi isso realmente que a seleção foi buscar nele a um ano para a Copa do Mundo”, afirmou Marquinhos.

Equador x Brasil – Eliminatórias para a Copa do Mundo

Local: Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil

Horário: 20h (de Brasília)

Árbitro: Piero Maza (CHI)

Brasil: Alisson; Vanderson, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro; Casemiro, Andreas Pereira, Andrey, Estêvão; Vinicius Junior e Richarlison.

Técnico: Carlo Ancelotti

Equador: Galíndez; Ordóñez, Pacho, Hincapié e Estupiñán; Moisés Caicedo, Vite e Alan Franco; Castillo, Kendry Paez e Enner Valencia

Técnico: Sebastián Beccacece