SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia prendeu nesta quarta-feira (4) Danielle Bezerra dos Santos, 29, que é ré por lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Ela é acusada de receber dinheiro de integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e esconder valores em contas bancárias de empresas laranja.

Danielle foi denunciada em fevereiro pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, ao lado de policiais civis e empresários ligados ao assassinato do empresário e delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no aeroporto de Guarulhos, em novembro do ano passado.

Segundo os promotores, policiais e integrantes da facção agiram em conluio para praticar crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva, além de lavagem de dinheiro.

Ela era a única do grupo que estava foragida. Foi presa em São Paulo, segundo o Ministério Público. A Folha não conseguiu localizar sua defesa.

Danielle era mulher do policial civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, um dos policiais acusados de extorquir Gritzbach. Fotos que o próprio agente publicou nas redes sociais serviram como prova de que ele havia ficado com relógios de luxo do delator do PCC.

Segundo as investigações, ela era também viúva de Felipe Geremias dos Santos, vulgo Alemão, apontado como liderança do PCC. Após a morte de Alemão, Danielle teria passado a cobrar o dinheiro devido ao ex-marido por sua atuação no PCC, “promovendo sua cobrança com emprego de grave ameaça e se valendo da estrutura organizacional” da facção, diz trecho da denúncia.

A investigação do Gaeco interceptou mensagens que mostram que ela teria conhecimento de crimes praticados pelo companheiro e que teria agido para destruir provas e ajudar Rogerinho a repassar dinheiro a contas bancárias que não estavam em seu nome.

Segundo um relatório da PF que consta da investigação, Danielle usou a conta de uma empresa chamada Aipa Serviços para Eventos Ltda., que não estava em seu nome, para movimentar dinheiro e dissimular a origem dos valores. “Apenas no ano de 2021, os denunciados Rogério de Almeida Felício e Danielle Bezerra dos Santos dissimularam a origem, a movimentação o e a propriedade de ao menos R$783.296,27”, diz trecho da denúncia dos promotores.

Em março, o juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, acatou os argumentos dos promotores para decretar sua prisão.