A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta seu momento mais delicado desde o início do atual mandato. Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (4) pela Genial/Quaest, 57% dos brasileiros desaprovam a gestão federal — o maior índice registrado até agora. Em contrapartida, a aprovação caiu para 40%, oscilando negativamente dentro da margem de erro.
Escândalo no INSS agrava cenário político
O aumento da desaprovação ocorre em meio ao desgaste provocado pelas denúncias de fraudes no INSS. Para 31% da população, o próprio governo Lula é o principal responsável pelas irregularidades. O número chama atenção especialmente porque 13% dos eleitores que votaram no presidente em 2022 também o responsabilizam pelo escândalo.
Além disso, metade dos entrevistados (50%) apoia a criação de uma CPI para investigar o caso. O próprio INSS é responsabilizado por 14%, enquanto apenas 8% apontam o ex-presidente Jair Bolsonaro como culpado.
Ressarcimento e caminhos para reparação
Questionados sobre como os aposentados prejudicados devem ser reembolsados, 52% defendem que os valores venham dos bens bloqueados das instituições envolvidas nas fraudes. Já 41% acreditam que o Tesouro Nacional deveria arcar com os prejuízos.
Economia ainda preocupa, mas há sinais de alívio
Apesar da crescente pressão política, os indicadores econômicos mostram leve melhora na percepção popular. A quantidade de pessoas que dizem sentir piora na economia caiu de 56% em março para 48% agora. O grupo que percebe melhora passou de 16% para 18%, e 30% acreditam que a situação permanece igual.
A percepção sobre inflação também recuou. Em março, 88% afirmavam notar alta nos preços dos alimentos; hoje, são 79%. A inflação dos combustíveis também perdeu força na percepção da população (de 70% para 54%), assim como os aumentos nas contas de luz e água (de 65% para 60%).
A pesquisa foi realizada presencialmente com 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1º de junho.