BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o bloqueio de seus bens e a inclusão do nome da parlamentar na lista de difusão vermelha da Interpol.

Zambelli anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil, menos de um mês depois de ser condenada por unanimidade a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

No pedido, a PGR diz que não pretende antecipar o cumprimento da pena de Zambelli, mas “assegurar a devida aplicação da lei penal”.

O órgão pede ainda a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol, que reúne foragidos da Justiça em várias nações.

A Procuradoria requer ainda o “sequestro e indisponibilidade de bens, direitos e valores da acusada”, para “assegurar a reparação do dano”.

A CONDENAÇÃO

Os ministros da Primeira Turma do STF decidiram condenar Zambelli por entender que ela comandou a invasão aos sistemas institucionais do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o auxílio do hacker Walter Delgatti. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário. Outros dois processos ameaçam a vida política de Zambelli.

Em janeiro, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) decidiu cassar o seu mandato por desinformação eleitoral. Dois meses depois, o STF formou maioria para condená-la a cinco anos de prisão em regime semiaberto por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.

Na véspera do segundo turno das eleições de 2022, a parlamentar ameaçou atirar em um homem, nos Jardins, na zona oeste paulistana, depois de ter sido, segundo conta, hostilizada por um militante de esquerda. Zambelli nega todas as acusações e se diz vítima de perseguição.

Nesta terça, ela afirmou estar fora do país “há alguns dias” e disse que ficará na Europa, por ter cidadania de um país do continente.