SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Itaú espera que o Pix automático ajude a melhorar em até 30% o pagamento de clientes que hoje usam boletos e QR Codes, e que devem migrar para o novo modelo de pagamento recorrente.
A nova opção, que começa a operar no dia 16 em todos os bancos, promete disputar espaço com o débito automático. Com ela, consumidores poderão autorizar e agendar pagamentos periódicos de serviços como água, luz, telefone, escolas, academias e plataformas de assinatura.
Em testes internos, o banco verificou que clientes que passam a pagar por recorrência, ou seja, de forma automática, tendem a manter os pagamentos em dia com mais frequência.
“Muitas vezes, o atraso no pagamento não está só ligado a uma questão de capacidade de pagamento. Mas de organização, de esquecimento, do boleto não ter chegado, do cartão que estava agendado e que foi substituído. Então, o Pix automático é um produto que tem como efeito a eficiência”, diz Angelo Russomanno, diretor de pagamentos para pessoa jurídica do Itaú Unibanco.
O Pix se consolidou em 2024 como o principal meio de pagamento no Brasil, alcançando 63 bilhões de transações e representando 45% do volume total de pagamentos realizados no país. A expectativa é que a nova modalidade aumente ainda mais sua popularidade.
Além de seguir as diretrizes do Banco Central, que padronizou as regras para todas as instituições, o Itaú diz ter incluído diferenciais próprios na ferramenta. Um deles é a possibilidade de enviar cobranças com mais antecedência do que o exigido pela regulação (que é de até dez dias). O banco também diz que planeja incluir o Pix automático em boletos tradicionais, como uma nova forma de incentivar a adesão.
O Itaú incorporou alguns recursos de IA (Inteligência Artificial) ao Pix automático como forma de personalizar a oferta do serviço e aumentar sua adesão.
Segundo Angelo Russomanno, o banco usará algoritmos para identificar, com mais precisão, quais perfis têm maior chance de adotar pagamentos automáticos. O modelo também permite que empresas recebam recomendações do banco sobre quais clientes têm mais propensão a aderir ao modelo.
O Itaú diz que está desenvolvendo uma central de pagamentos automáticos que, inicialmente, gerenciará a recorrência via Pix automático, mas que futuramente integrará outros meios de pagamento recorrentes, como cartões.
QUEM DEVE ADERIR?
A expectativa do banco é que o Pix automático ganhe espaço especialmente entre empresas que já trabalham com cobranças mensais, como operadoras de telefonia, concessionárias de energia e água, escolas, academias e serviços por assinatura. O modelo também pode ser adotado, no entanto, por negócios menores, que hoje enfrentam mais dificuldade para oferecer débito automático aos clientes.
Diferentemente do débito automático tradicional, que exige convênios diretos entre empresas e instituições financeiras, o novo modelo permitirá que o recebedor escolha um único banco para oferecer o serviço e, a partir dele, se conectar com mais de 900 instituições participantes do Pix. Já o pagador pode escolher em qual banco deseja autorizar os débitos.
Ao aderir à modalidade, o cliente também deve definir valores máximos para serem debitados e poderá cancelar a autorização até as 23h59 do dia anterior à cobrança.
COMO FUNCIONA O PIX AUTOMÁTICO?
A adesão ao Pix Automático começa pela empresa que quer oferecer a opção ao cliente. Ela precisa firmar parceria com um banco habilitado para passar a disponibilizar a funcionalidade. A partir disso, o consumidor poderá aderir ao pagamento recorrente.
Para o Itaú, o novo modelo tem potencial de beneficiar empresas e consumidores. Do lado das empresas, a automação dos recebimentos deve facilitar a gestão financeira e a conciliação de pagamentos, além de reduzir falhas de cobrança e aumentar a regularidade dos pagamentos. Para os clientes, o ganho está na praticidade, já que não será necessário se lembrar de pagar mensalmente.
CUIDADOS COM GOLPES
De acordo com o Itaú, nenhuma cobrança recorrente será ativada sem o consentimento explícito do pagador, que deverá aprovar a solicitação diretamente no aplicativo do seu banco. O cliente poderá ainda definir um valor máximo autorizado por débito e cancelar o agendamento a qualquer momento.
Para evitar cair em golpes, o cliente não deve clicar em links recebidos por email ou mensagem, e deve sempre confirmar se o pedido de autorização é feito por uma organização confiável. Além disso, a validação deve ser feita sempre dentro do ambiente do aplicativo bancário.