Em uma operação de grande escala realizada na manhã desta terça-feira (3), cerca de 200 agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram às ruas para desmantelar um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Comando Vermelho (CV). A ação mira um suposto desvio de R$ 250 milhões provenientes do tráfico de drogas.
Entre os investigados está Viviane Noronha, conhecida nas redes como Vivi, esposa do funkeiro MC Poze do Rodo. De acordo com os investigadores, ela teria emprestado o nome e empresas de fachada à facção para camuflar o destino de grandes somas em dinheiro ilícito. A Polícia aponta que Viviane seria peça estratégica na engrenagem financeira da organização.
A ofensiva inclui o cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao cantor, sua esposa e integrantes do CV, em diferentes localidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Também foram determinadas ordens judiciais para bloquear valores em mais de 35 contas bancárias suspeitas de movimentar dinheiro do tráfico.
Conforme explicou a corporação em nota oficial, o grupo criminoso usava empresas e “laranjas” para maquiar a origem ilegal dos recursos, que eram reinvestidos em drogas, armas de grosso calibre e na expansão do domínio territorial da facção em comunidades cariocas.
As investigações colocam Viviane no centro da trama: ela e sua empresa teriam sido beneficiadas diretamente por depósitos ligados ao tráfico. Além disso, a influenciadora é apontada como elo entre o crime organizado e o universo digital — contribuindo para “legitimar” financeiramente a facção e ampliar a presença da chamada narcocultura nas redes sociais.
Vivi Noronha ganhou projeção pública recentemente ao liderar protestos contra a prisão de MC Poze, com quem tem três filhos. Na manhã desta terça, ela havia organizado um ato em frente ao presídio Bangu 3, onde o cantor está detido. Segundo a Justiça, ele deve ser libertado ainda hoje após decisão do Tribunal de Justiça do Rio.