A cena tem se tornado cada vez mais comum em Goiânia: famílias reunidas ao ar livre, bolo sobre a toalha estendida no gramado, balões coloridos dançando com o vento e crianças correndo entre árvores. Aniversários, chás revelação e pequenas comemorações têm ganhado os parques e praças da capital, embalados pela ideia de um evento mais simples, econômico e em contato com a natureza.
Mas o que parecia liberdade total em espaços públicos acabou em frustração para muitos no último fim de semana. Diversas comemorações foram interrompidas por equipes da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), com apoio da Guarda Civil Metropolitana. O motivo? Falta de autorização prévia, obrigatória para qualquer evento com mais de dez pessoas ou com uso de estruturas como mesas, cadeiras, tendas e equipamentos de som.
A presidente da Amma, Zilma Peixoto, afirma que o cuidado com a fauna e a flora desses espaços exige atenção redobrada. “Antes de qualquer celebração, é preciso solicitar licença para que possamos avaliar se o uso é compatível com o ambiente”, explicou.
De acordo com a prefeitura, o pedido de autorização deve ser feito com pelo menos sete dias de antecedência para eventos de pequeno porte (menos de mil pessoas) e com 30 dias para os maiores. Sem a documentação em mãos, os organizadores correm o risco de ter o material apreendido e ainda podem receber multas que ultrapassam os R$ 200 mil.
O processo de solicitação é presencial, na sede da Amma (Rua 75, nº 137, Centro), e exige também o pagamento de uma taxa de utilização do espaço. Três exceções dispensam o pedido prévio: aniversários, encontros religiosos e reuniões com até dez pessoas — desde que não haja estrutura montada nem uso de som amplificado.
A falta de informação tem sido o principal problema. Nas redes sociais, vídeos e relatos de festas interrompidas viralizaram, com críticas à abordagem das autoridades e ao que muitos classificaram como “burocracia excessiva”. A Amma, por sua vez, reforça que o objetivo é preservar os espaços e garantir que o uso coletivo aconteça de forma ordenada e sustentável.
Se a ideia é celebrar ao ar livre, o recado está dado: antes de levar o bolo e os balões para o parque, é melhor garantir que a festa esteja nos conformes — e devidamente autorizada.