SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O grupo extremista Hamas disse neste domingo (1º) estar “pronto para iniciar imediatamente uma rodada de negociações indiretas” e resolver “pontos de discórdia” para um acordo de cessar-fogo para Gaza. A manifestação ocorreu após os EUA e Israel classificarem a resposta do grupo à nova proposta como “inaceitável”.
O QUE ACONTECEU
Hamas afirmou buscar um acordo que “garanta alívio para o nosso povo e o fim da catástrofe humanitária”. Em comunicado, eles acrescentaram que desejam um cessar-fogo permanente e a completa retirada de tropas israelenses do território palestino.
Mesmo após as críticas, grupo não explicou se desistiu da sua proposta apresentada aos EUA. Antes, eles afirmaram que aceitariam a paralisação do conflito em troca do “cessar-fogo permanente”. Em resposta, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que media o acordo, falou que a sugestão apenas “nos leva para trás” no acordo.
“Essa é a única maneira de fecharmos um acordo de cessar-fogo de 60 dias nos próximos dias, no qual metade dos reféns vivos e metade dos mortos retornarão para suas famílias e no qual poderemos ter negociações substanciais de boa-fé nas negociações de proximidade para tentar chegar a um cessar-fogo permanente”, disse Steve Witkoff.
No sábado, Israel apontou que o Hamas está “apegado” em recusar os acordos. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, reforçou a manifestação do enviado norte-americano sobre o posicionamento do Hamas: “É inaceitável e atrasa o processo”.
Após a reação dos EUA, Hamas disse que “Washington está adotando a visão israelense”. “A posição dos EUA confirma mais uma vez que Washington está pressionando pelo que Tel Aviv deseja, não pelo que é justo para os palestinos”, diz a nota do grupo.
Neste domingo, ao menos 31 palestinos foram mortos e outros 170 ficaram feridos em um ataque. A ação ocorreu enquanto a população recebia comida em Rafah, no sul de Gaza, informou o Ministério de Saúde local. Autoridades palestinas ligadas ao Hamas e testemunha atribuíram o ataque aos militares israelenses.
O QUE DIZ A PROPOSTA DOS EUA
Propostas prevê uma trégua de 60 dias e libertação de 28 dos 58 reféns ainda mantidos em Gaza, sendo 10 vivos e 18 corpos. Das 251 pessoas sequestradas em Israel pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 57 permanecem detidas em Gaza, sendo que 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Em troca, Israel liberaria 1.236 prisioneiros e detidos palestinos. Além disso, entregaria os restos mortais de 180 palestinos mortos e permitiria também a entrada de ajuda humanitária no enclave. O acordo foi apresentado pelo enviado dos EUA. Ele também esteve envolvido em negociações anteriores, que resultaram no último acordo de trégua.
Casa Branca informou na sexta-feira que Israel aceitou proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos EUA. Na ocasião, o Hamas respondeu, no entanto, que os termos do acordo não atendiam “as exigências” do grupo.