SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo vai permitir que diretores afastados de escolas da capital escolham seus substitutos. Isso será confirmado aos profissionais numa reunião marcada para esta segunda-feira (2).

Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), as nomeações serão feitas em interlocução com as Diretorias Regionais de Ensino, mas respeitando a autonomia das unidades de ensino.

Conforme mostrou a Folha, a Secretaria Municipal de Educação afastou 25 diretores de escolas que teriam baixo desempenho em avaliações externas, como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Eles foram convocados para participar de um programa de requalificação até o fim do ano letivo. Nesse período, ficarão fora da direção.

No lugar dos afastados, seriam colocados assistentes de direção designados pelas Diretorias Regionais de Ensino. Mas ao menos três pessoas indicadas recusaram os cargos por discordarem da política da gestão Nunes.

O governo municipal se reuniu com o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo) e a Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo) na quinta-feira (29) e discutiu o tema. Os representantes das entidades argumentaram ser autoritária e contra a legislação a decisão de nomear “interventores” nas escolas e solicitaram a revisão da medida.

Naquele mesmo dia, a prefeitura suspendeu o cronograma do programa de requalificação, batizado de Aprimorando Saberes. Isso não significa que houve recuo no afastamento dos professores. Um novo calendário será discutido para atender todas as partes envolvidas, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

“Em reunião realizada na última quinta com os sindicatos que representam os servidores, a pasta manteve aberto o diálogo para aprimoramento e organização do cronograma, que vai de junho a dezembro”, declarou a secretaria.

Na Justiça

A Justiça estabeleceu na noite de quinta-feira o prazo de 72 horas para que a gestão Ricardo Nunes se manifeste sobre o afastamento dos diretores. A determinação atende a uma ação popular movida pela Bancada Feminista do PSOL, representada pela vereadora Silvia Ferraro, pedindo a suspensão imediata da política.

A Procuradoria-Geral do Município disse ter sido notificada da decisão na sexta-feira e afirma que vai se manifestar no prazo determinado.

O Ministério Público de São Paulo também cobrou na quinta explicações sobre os critérios utilizados para o afastamento, dando prazo de cinco dias para resposta.