O cantor MC Poze do Rodo foi preso na última quinta-feira (29) sob suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. Ao dar entrada no sistema prisional do Rio de Janeiro, ele declarou, conforme exigência do procedimento de ingresso, identificação com o Comando Vermelho. A declaração consta na ficha que todo detento deve preencher, onde se indica a “ideologia declarada”. No sistema penitenciário fluminense, os internos são separados conforme suas alianças com facções criminosas, com o objetivo de evitar confrontos entre grupos rivais.

Com isso, MC Poze foi transferido para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 3, no Complexo de Gericinó. A unidade abriga presos ligados ao Comando Vermelho, incluindo os integrantes do chamado Conselho, grupo que estabelece as diretrizes da facção. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) classificou o artista com grau médio de periculosidade.

O episódio que levou à prisão do cantor envolve um show realizado no dia 17 de maio, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro. Durante a apresentação, Poze interpretou músicas que exaltariam chefes do Comando Vermelho. Imagens registradas no evento mostram um homem portando um fuzil entre o público e gravando a performance. Dois dias depois, em 19 de maio, o policial civil José Antônio Lourenço foi morto com um tiro na cabeça na mesma comunidade, considerada um dos principais redutos da facção criminosa.

A defesa do artista nega as acusações e afirma que irá apresentar um pedido de liberdade. Segundo os advogados, não há elementos concretos que sustentem a conclusão das investigações. O caso segue em andamento.