A relação entre a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e o Paço Municipal deve dominar os questionamentos ao prefeito Sandro Mabel (UB) durante a audiência de prestação de contas marcada para esta quinta-feira (29), às 8h. A convocação foi feita pelo presidente da Comissão Mista da Câmara, vereador Cabo Senna, que cobra esclarecimentos sobre a real condição da empresa pública.

O ponto central da discussão gira em torno das declarações contraditórias do próprio prefeito, que em momentos distintos afirmou tanto a autonomia quanto a dependência da Comurg em relação à Prefeitura. Tal divergência motivou um requerimento formal por parte de Senna, exigindo um posicionamento claro e oficial da administração municipal — seja por meio de parecer técnico ou documento assinado — sobre o status jurídico da companhia.

“O Tribunal de Contas dos Municípios já se manifestou reconhecendo a dependência da Comurg. Apesar disso, o prefeito insiste em discursos ambíguos. A Câmara precisa de uma definição definitiva para acabar com essas dúvidas”, argumentou o vereador.

O requerimento inclui ainda a solicitação de detalhes sobre a natureza jurídica das atividades exercidas pela companhia e a estrutura do seu quadro societário, com identificação das cotas e respectivas participações.

Nos bastidores do Legislativo, especula-se que o foco nos questionamentos à Comurg também tem relação com os aportes de R$ 190 milhões feitos pela Prefeitura no início do ano. Embora Mabel tenha prometido que os repasses seriam submetidos à análise da Câmara, como ocorreu em gestões anteriores, os recursos foram repassados diretamente, sem a devida tramitação legislativa — o que gerou desconforto entre os parlamentares.

A audiência desta quinta promete ser tensa e reveladora, com a expectativa de que a gestão municipal finalmente esclareça os pontos obscuros que cercam a atuação da Comurg e sua real vinculação ao Executivo.