SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em dia de valorização no mundo e apreensão com as negociações em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no Brasil, o dólar fechou o pregão desta quarta-feira (28) em alta de 0,87% contra o real, negociado a R$ 5,695.
Já o Ibovespa fechou em queda de 0,46%, a 138.887 pontos, em um pregão em que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostrou um mercado formal de trabalho mais aquecido do que o esperado.
Entre as principais quedas do índice, estiveram as ações de siderúrgicas, que recuaram com força mesmo após o governo federal ampliar a lista de produtos do setor protegidos de importações -na visão de analistas, há dúvidas se isso será suficiente para conter as compras de outros países.
As ações da Azul, que entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos, foram outro destaque negativo, encerrando o dia em queda de 2,80%.
O economista Fabio Louzada, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, viu o Ibovespa em um dia de correção após a alta desta terça (27) e afetado pelos dados do Caged.
“O mercado esperava por 175 mil vagas abertas e o número veio bem acima”, apontou. “Com isso, os juros futuros mantém trajetória de alta, o que impacta negativamente em ações varejistas e empresas de consumo”.
Os números do Ministério do Trabalho mostraram a criação de 257.528 vagas em abril -analistas consultados pela Reuters projetam a criação de 175.000 vagas formais no mês anterior, acima das 71.576 vagas de março.
O mercado busca indícios de um enfraquecimento do mercado de trabalho que possa justificar o fim do aperto monetário do Banco Central no próximo mês.
Os agentes ainda acompanharam a reunião de bancos no Ministério da Fazenda para tratar do aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com o Executivo confirmando que pode recuar em alguns elementos da medida.
DÓLAR EM ALTA NO MUNDO
Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da corretora Nomad, a moeda americana foi sustentada ao longo da sessão pela expectativa em torno da ata da última reunião do Federal Reserve, o banco central americano, que foi divulgada nesta quarta.
“A perspectiva de que o banco central americano mantenha um discurso mais cauteloso diante das incertezas tarifárias nos Estados Unidos é o que sustenta a força da moeda no mercado internacional”, afirmou.
Na avaliação do especialista da Nomad, as moedas emergentes foram as que mais sofreram no pregão de hoje. “O real, além de ser impactado por esse ambiente de aversão ao risco, também sente os efeitos locais da recente elevação do IOF, o que agravou a percepção de risco doméstico e deu fôlego ao movimento de depreciação frente ao dólar.”