SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A próxima trama inusitada de “Vale Tudo” promete misturar humor, crítica social e até uma pitada de surrealismo. César (Cauã Reymond) e Olavo (Ricardo Teodoro) vão se meter em um mercado inesperado e cada vez mais atual: o dos “bebês reborn”, bonecos hiper-realistas. A informação foi confirmada pela reportagem com a Globo.
O novo negócio da dupla começa com muito deboche, mas acaba rendendo mais do que eles esperavam. Em cenas que devem ir ao ar nas próximas semanas, os dois chegam ao cúmulo de encenar um “parto” completo, com direito a bolsa estourando, lágrimas e emoção fingida. “Tá emocionado, Olavo?”, pergunta César. “Acredito que eu tô, cara… Acho que tô meio carente”, responde o fotógrafo, segurando a boneca com delicadeza, enquanto os dois caem na gargalhada.
Apesar do tom cômico, os personagens não economizam nas críticas às pessoas que levam a brincadeira a sério. “Essas mulheres que compram bebê reborn não batem muito bem, né?”, diz César. Olavo completa: “Tudo dodói. Pra querer brincar de boneca nessa altura da vida”. Em tom de julgamento, César arremata: “Tem umas com filho criado já e tão aí, brincando que nem criança”.
Mas o que começa como piada acaba se revelando um negócio lucrativo. Em meio a transações quase clandestinas pelas ruas do Rio, os dois negociam os bonecos como se fossem itens de luxo. Em uma das cenas mais inusitadas, César fura a fila do açaí carregando um reborn no colo: “Criança de colo é prioridade!”, dispara, fingindo ser pai.
O impacto da febre dos bebês reborn vai além dos dois protagonistas. Aldeíde (Karine Teles) surge como a personagem que mergulha mais fundo na obsessão. Encantada pelos bonecos, ela se endivida para comprar um reborn de César, em uma negociação feita às escondidas, quase como se estivesse adquirindo algo ilícito. “Ah, que linda! Você vai se chamar… Amelie!”, diz, emocionada.
A partir daí, Aldeíde passa a tratar Amelie como uma filha de verdade. Compra roupas combinando, leva a boneca para o trabalho e organiza um enxoval completo. Ao ser criticada pela amiga Consuêlo (Belize Pombal), ela defende sua escolha: “Eu sei que a Amelie é uma boneca. Mas eu gosto de fingir que ela é um bebê. E daí? É a minha vida!”.
A trama ganha um desfecho emocional quando Aldeíde decide doar a boneca para uma criança. Em uma cena sensível, ela encerra sua jornada de “mãe reborn” com uma reflexão: “Tudo nessa vida é fase. A minha passou. Agora eu tenho que abrir espaço pras fases novas”.