SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo decretou, nesta terça-feira (27), a prisão temporária de três suspeitos de envolvimento na morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, 44.

Nelson desapareceu no último dia 16, após sair da capital paulista para uma reunião de negócios em Cravinhos, no interior. A Polícia Civil suspeita que o corpo tenha sido jogado em um rio.

De acordo com a polícia, Tadeu Silva, um dos suspeitos, teria confessado que participou da ocultação do corpo e do transporte do carro de Nelson até São Paulo. Ele se entregou à polícia nesta terça, junto com o advogado, Renato Saverio.

Os outros suspeitos são Marlon Santos e a esposa dele, Marcela, que estão foragidos. As defesas deles não foram encontradas.

Tadeu era gerente de obras em uma fábrica que tinha Marlon e Nelson como sócios. De acordo com a investigação, Nelson atuava no setor de revenda de suplementos alimentares e foi até Cravinhos para um encontro de negócios com Marlon.

Após essa reunião, Nelson não foi mais visto. Imagens de câmeras de pedágio registraram o carro dele passando pela rodovia Anhanguera, no sentido São Paulo. O veículo foi visto em Caieiras, às 17h51, e, pouco depois, às 18h20 na avenida Engenheiro Caetano Álvares, na zona norte da capital. Não foi possível identificar quem dirigia.

Na manhã de sábado (17), o veículo foi encontrado abandonado no bairro de Santana, na zona norte. Câmeras de segurança registraram um homem usando boné circulando próximo ao local. Segundo Saverio, esse homem é Tadeu.

O advogado afirma que Tadeu confessou ter presenciado o momento em que Marlon teria atirado na cabeça de Nelson, em uma empresa em Cravinhos. “Ele não participou da execução. A única parte que ele ajudou foi enrolando o corpo do Nelson em uma lona e levando o carro para São Paulo”, diz Saverio à Folha de S.Paulo.

“Marlon estava com uma arma fogo na mão, então ele [Tadeu] não tinha o que fazer”, diz o advogado.

A motivação do crime, segundo o advogado, seria sido uma disputa comercial entre os sócios envolvendo o uso de uma marca. Ainda de acordo com a versão de Tadeu, Marlon teria acusado o sócio de extorsão.

De acordo com a polícia, Marcela foi com Marlon buscar Tadeu em São Paulo depois que este abandonou o carro da vítima.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma que continuam as buscas pelo corpo de Nelson.

Segundo o depoimento de Tadeu, o corpo da vítima teria sido levado para um rio, no rancho de Marlon, que fica em Miguelópolis (SP).

Enquanto isso, Tadeu teria ficado encarregado de levar o carro de Nelson até São Paulo e abandoná-lo, usando o boné da vítima para tentar despistar câmeras de segurança. Depois, Tadeu diz que se encontrou com Marcela e com Marlon.

O trio, então, teria ido até uma delegacia em São Paulo, onde encontraram a esposa de Nelson, que registrava o desaparecimento do marido. Na sequência, seguiram até o prédio onde a vítima morava e simularam procurar pelo veículo nas ruas.