Da Redação
Escondido na Flórida e visivelmente abalado, o empresário bolsonarista Esdras Jônatas dos Santos, investigado por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, reapareceu nas redes sociais em um apelo dramático. Chorando, ele gravou um vídeo pedindo socorro ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alegando estar sendo perseguido nos Estados Unidos. “Em nome de Jesus, me ajudem”, implorou.
Apesar de estar proibido pela Justiça de utilizar redes sociais, Esdras publicou o vídeo no Instagram, violando mais uma ordem judicial. Ele e a ex-esposa, Kathy Le Thi Thanh My dos Santos, também foragida, vivem atualmente em Fort Lauderdale. Ambos tiveram os passaportes cancelados, as contas bloqueadas e são alvos de mandados de prisão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal.
No vídeo, além de pedir ajuda ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Esdras clama para que qualquer pessoa que saiba o paradeiro do deputado nos EUA o contate. O empresário responsabiliza diretamente o ministro Alexandre de Moraes por sua situação e diz estar vivendo na miséria. “Já comi lixo. Não tenho mais o que fazer”, afirma.
Antes da fuga, Esdras era figura conhecida em acampamentos bolsonaristas em Belo Horizonte, onde chegava em um Porsche de luxo, convocando manifestantes e atacando agentes públicos em vídeos nas redes. De acordo com a Polícia Federal, ele foi um dos principais articuladores do acampamento em frente ao 4º Comando do Exército, em Minas Gerais, que tinha como objetivo pressionar militares a aderirem a uma ruptura institucional.
A decadência foi rápida: após fugir para os Estados Unidos, o empresário tentou vender o Porsche por metade do preço em seu perfil no Instagram, também em desacordo com as ordens judiciais. Ele diz não falar inglês, não ter emprego e viver de favores.
Esdras ainda responde por outros crimes, como agressão e roubo contra jornalistas durante os protestos, além de ser investigado por organizar ônibus com manifestantes rumo a Brasília no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes. No Brasil, também é alvo da Polícia Civil de Minas Gerais, que tentou cumprir mandado de prisão em sua casa, sem sucesso. Desde então, ele é oficialmente considerado foragido.
Com uma fábrica de roupas falida desde 2021 e longe dos tempos em que ostentava viagens a Paris, Miami e Tulum, o empresário agora protagoniza uma reviravolta trágica: sem dinheiro, sem apoio e envolvido em uma série de acusações graves, tenta sensibilizar aliados políticos para escapar das consequências de seus atos.