Após cinco dias de detenção sob acusações que ganharam repercussão nacional, a médica Bianca Borges Butterby deixou a prisão neste domingo (25), por decisão da Justiça. Presa na última terça-feira (20), ela era suspeita de falsificar produtos terapêuticos, exercer ilegalmente a medicina e fazer propaganda enganosa — alegações que, segundo sua equipe de defesa, não se sustentam diante de sua qualificação e histórico profissional.
O advogado Darô Fernandes, que lidera o time jurídico da médica, foi categórico: “Estamos diante de um dos maiores erros judiciais já vistos em Goiás.” A defesa aponta que Bianca possui graduação em medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), registro ativo no CREMEGO, além de pós-graduação em Nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein e certificações em áreas como obesidade, síndrome metabólica e nutrição bariátrica, emitidas pela ABRAN.
Bianca foi conduzida à audiência de custódia logo após a prisão, e teve a liberdade condicionada ao pagamento de uma fiança inicialmente fixada em R$ 250 mil. A defesa considerou o valor abusivo e conseguiu, por meio de Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a redução da fiança para 10 salários mínimos — R$ 15.180,00. Mesmo assim, os advogados classificaram a exigência como “injusta e desproporcional”, argumentando que a conduta da médica sempre esteve dentro dos limites legais e éticos da profissão.
Na última sexta-feira (24), os defensores protocolaram novo pedido de Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo a anulação total da fiança e o encerramento do inquérito policial por ausência de justa causa. Até a liberação de Bianca neste domingo, a Corte ainda não havia julgado o pedido.
Durante os dias em que permaneceu custodiada, Bianca foi mantida no Hospital Neurológico, sob escolta policial, em condições que sua equipe classificou como degradantes. A situação sensibilizou colegas e amigos da área médica, que organizaram uma vaquinha solidária para ajudar no pagamento da fiança.
Diante do episódio, a banca liderada por Darô Fernandes — ao lado dos advogados Henrique Luiz Éboli, Leonardo Henrique Chaves Éboli e Henrique Luiz Éboli Júnior — informou que ingressará com ação judicial por danos morais. O objetivo é reparar a exposição pública e a “etiqueta de falsa médica” propagada por parte da imprensa, que, segundo a equipe, manchou indevidamente a reputação da profissional.