SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com o som charmoso da sanfona e uma voz poderosa, o sergipano Mestrinho e sua banda encantaram o público da Virada Cultural no palco São Miguel, zona leste de São Paulo, neste domingo (25).

O safoneiro mesclou uma variedade de estilos, agradando o público também diverso da zona leste. Casais, crianças e jovens dançaram juntos a interpretações de “Medo Bobo”, de Maiara e Maraisa, “La Belle de Jour”, de Alceu Valença, e “Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas.

Em abril deste ano, Mestrinho lançou o álbum “Dominguinho”, junto a Jota.pê e João Gomes. Na apresentação da Virada, deu uma palhinha de duas das faixas do disco: “Flor” e “Lembrei de Nós”.

Na maior parte do show, animou o público com interpretações de nomes como Gonzaguinha, Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Já em clima junino, puxou no fole o clássico “Pagode Russo”, de Luiz Gonzaga, canção que embala as festas tradicionais em todo o Brasil. Bastaram poucos acordes para que o público transformasse o polo São Miguel em um arraiá.

Na metade da apresentação, subiu ao palco a cantora, compositora e instrumentista de forró Neide Nazaré. A voz feminina deu vida a interpretações de “Eu Só Quero um Xodó” e “Te Faço Meu Cafuné”, de Dominguinhos. Neide é filha de Luiz de Nazaré, sanfoneiro e fundador da “praça do forró” em São Miguel Paulista (SP), um dos bairros de maior concentração nordestina da cidade.

Natural de Itabaiana, em Sergipe, José Hilton dos Santos, conhecido como Mestrinho, aprendeu a tocar sanfona ainda na infância, também influenciado pelo pai, o sanfoneiro Erivaldo de Carira. Desde então, participou de turnês, gravações e shows ao lado de artistas como Gilberto Gil, Elba Ramalho, Maria Bethânia e Hermeto Pascoal. Também mantém uma carreira solo, com discos autorais e projetos que combinam repertórios tradicionais e releituras.

Em 2024, Mestrinho venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, ao lado da cantora Mariana Aydar. No mesmo ano, foi o primeiro sanfoneiro a realizar um show solo no Rock in Rio.

A carreira inclui trabalhos como cantor, compositor, arranjador e instrumentista, com atuações no forró, no xote, no baião e em gêneros como samba, choro e música popular brasileira.

MUNDO BITA

Duas horas antes de Mestrinho subir ao palco, o projeto musical infantil Mundo Bita criou um ambiente lúdico no palco São Miguel, com bolhas de sabão e balões de personagens para as crianças.

Criado pelo pernambucano Chaps Melo em 2011, Mundo Bita teve álbum finalista do Grammy Latino em 2018. Após a apresentação, as famílias usaram o local como uma praça, sentando-se no chão para comer e brincar com as crianças.

A atmosfera familiar seguiu no decorrer da apresentação de Mestrinho. Antônio Degian, 38, encarregado operacional, ensinava as filhas, de 6 e 11 anos, a dançar forró na plateia. Ele levou as duas para o show do Mundo Bita, o primeiro na programação do dia, mas decidiu ficar para Mestrinho. “A gente é cearense, né, então o forró tá no sangue”.