SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma partida de futebol amador no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo, terminou em prisão após um dos jogadores ser acusado de injúria racial pela suposta vítima e por visitantes do parque.

Segundo testemunhas, um homem branco teria ofendido um jogador negro, identificado como Richarlys Chagas, 33, coordenador de inteligência em negócios, com insultos racistas e homofóbicos, além de cuspir em seu rosto. A briga aconteceu neste sábado (24).

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Polícia Militar prendeu um homem de 24 anos “após xingamentos racistas a outros três homens”.

A segurança privada do parque teria detido o autor da ofensas, que “chegou a agredir fisicamente um dos homens”, até a chegada dos policiais, de acordo com a SSP.

O caso foi registrado como preconceito de raça ou cor, injúria, ameaça e lesão corporal no 27º Distrito Policial. A delegacia não divulgou o nome do envolvido, e a reportagem não conseguiu contato com a defesa do homem detido.

O incidente ocorreu por volta das 12h, quando o grupo jogava futebol em uma das quadras do parque. Chagas teria reclamado que o homem não estava passando a bola, o que o irritou.

O agressor teria se exaltado e chamado Chagas de “macaco”, “viado”, “favelado” e “lixo”, além de cuspir em seu rosto. O suposto agressor disse que era advogado e que iria “acabar com vocês”, segundo o boletim de ocorrência.

No documento, Chagas afirmou que não sofreu lesão e que deseja ver o acusado “processado criminalmente”. Disse também que se esquivou do homem várias vezes, “evitando contato físico”.

O agressor também teria, aos gritos, tentado afastar as pessoas que assistiam ao jogo, que de lá não saíram. Algumas foram empurradas, e uma criança recebeu um chute dele, conforme Chagas relatou à polícia.

Outros jogadores intervieram, e uma briga generalizada teve início. O suposto agressor foi contido por vários presentes e saiu do local sangrando. A segurança do parque foi acionada e, ao chegar, conduziu os envolvidos até a pista de caminhada, onde uma multidão se formou e passou a gritar “racista”.

Relatos indicam que o suposto agressor estava acompanhado de seu filho de 12 anos, que teria fugido do local e ligado para a mãe, que o aguardava em um dos portões do parque.

A PM (Polícia Militar) foi acionada e conduziu o suposto agressor, Chagas e outras duas vítimas à delegacia para prestar depoimento e fazer o boletim de ocorrência.