SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A tradicional Aparelhagem Crocodilo, comandada por Tudão Crocodilo, animou a manhã deste domingo (25) no Vale do Anhangabaú, durante mais um dia da Virada Cultural em São Paulo. Em sua primeira passagem na capital paulista, o grupo trouxe um DJ set vibrante em parceria com a artista Miss Tacacá — nome artístico da paraense Teka Furtado — embalando o público com batidas eletrizantes dos gêneros tecnomelody e brega, diretamente do Norte do país.

Ainda na madrugada, o público conferiu um show da cantora Gaby Amarantos. Outros nomes como Jaloo e Viviane Batidão também devem se apresentar ao longo do dia, nos intervalos da programação do palco principal.

Com seus paredões de som, a Aparelhagem Crocodilo transformou o centro da cidade em uma pista de dança ao ar livre. O repertório passou por ritmos como tecnobrega, carimbó e brega-funk. Os remixes surpreenderam: até “Abracadabra”, de Lady Gaga, ganhou uma versão em tecnomelody. Uma atração à parte foi o gigantesco crocodilo mecânico –símbolo do grupo– que se movia e abria a boca, encantando quem via pela primeira vez o espetáculo da aparelhagem.

Vanessa Freitas, 51, foi ao centro da cidade para aproveitar mais um dia de festa e ressaltou a importância da cultura no cotidiano dos paulistanos. “É tudo o que a população precisa: cultura, arte, música, para refletir sobre esse sistema opressor que nos marginaliza. A Virada Cultural representa um capitalismo mais leve, mais alegre.”

Ela também destacou a relevância de dar visibilidade a artistas de outras regiões do país. “Estou achando o máximo. Está maravilhoso, logo aqui no centro de São Paulo. O Norte é um berço de cultura riquíssima. É uma revolução para o bem, para a arte e para a cultura.”

“A Prefeitura de SP só acorda para o Norte só na Virada. Os paulistas precisam de mais shows, mais artistas, a cultura nortista precisa ser mostrada e valorizada”, disse Ana Paula, 24, turista de Manaus que acompanhava a apresentação.

Madison Junior, 35, esteve na programação do Butantã no sábado (24), mas escolheu curtir o centro neste domingo. Para ele, o modelo descentralizado da Virada é um dos maiores acertos do evento. “Gosto muito desse formato. Você pode aproveitar atrações em diferentes bairros, sem precisar se deslocar tanto ou gastar muito com isso.”

Madison também enxerga uma valorização das manifestações culturais nortistas na edição deste ano, especialmente em um contexto global. “Acho sensacional que o Norte esteja em destaque, ainda mais neste ano da COP 30.”

Ele acrescentou que a descentralização dos palcos contribui para uma experiência mais segura e democrática. “Quando o público se distribui pela cidade, o fluxo fica mais controlado. Isso melhora a segurança e evita superlotação”, concluiu.