SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor e roteirista Jorge Furtado foi um dos brasileiros que ficaram entusiasmados com a escolha de Wagner Moura para o prêmio de melhor ator na 78ª edição do Festival de Cannes por sua performance em “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho.

O filme também recebeu o troféu de melhor direção e o prêmio da Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema.

“É muito merecido, Wagner é um dos maiores atores do mundo”, diz Furtado. “É um prazer vê-lo em cena e também um prazer vê-lo atuando ao seu lado, no set.”

O cineasta gaúcho lembra que conheceu Moura há mais de duas décadas, quando o ator fez um teste para o filme “O Homem que Copiava”, um misto de comédia e romance lançado em 2003. Quem ficou com o papel, porém, foi Lázaro Ramos, amigo da mesma geração de atores baianos.

Pouco tempo depois, eles trabalharam juntos em um projeto para a TV Globo, a série “Cena Aberta”, com quatro adaptações literárias. No episódio “A Hora da Estrela”, baseado no livro de Clarice Lispector e dirigido por Furtado, Moura viveu Olímpico, o namorado de Macabéa –Ana Paula Bouzas.

Mais tarde, eles se reencontraram na comédia “Saneamento Básico”, filme de 2007 que volta aos cinemas nesta quinta-feira (29), em cópia restaurada. No quarto longa-metragem dirigido por Furtado, Moura interpretou Joaquim, personagem casado com Marina, papel de Fernanda Torres. Os dois são responsáveis por algumas das cenas mais divertidas do filme.

Para Furtado, os prêmios de relevância internacional entregues nos últimos meses a Moura e a Torres, que conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz por “Ainda Estou Aqui”, comprovam a “tese de que grandes comediantes fazem qualquer coisa, fazem drama, fazem tragédia. O reverso não é verdadeiro”.