SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cantora Thalma de Freitas começou a sua apresentação na Virada Cultural pedindo desculpas ao público em razão do atraso por problemas técnicos.
“Essa virada foi particularmente desorganizada. Foi anunciada, tipo, menos de dez dias antes, o que é uma loucura. Mas tudo bem, as pessoas estão se divertindo, isso que importa”, disse Thalma, em entrevista à Folha.
De fato, as pessoas que acompanhavam os dois palcos não ocupavam metade do espaço reservado para o evento no Largo do Arouche.
Quando finalmente subiu ao palco, a cantora saudou Exu em uma de suas novas músicas, e logo interagiu com o público: “Vocês sabem o que é samba jazz?” Em seguida, apresentou canções desse gênero.
Thalma trouxe ao palco a raiz do samba jazz, gênero que, segundo ela, é o legado de seu pai, Laércio de Freitas. Entre suas passagens pela Virada Cultural, pai e filha dividiram o palco.
A voz potente de Thalma ecoou pelo Largo do Arouche, atraindo até aqueles que não estavam inicialmente interessados em ver o show. “A gente veio nesse palco, e a voz dela chamou a atenção, e a gente está aqui porque é maravilhosa”, comentou Adriana Fastini, 53, acompanhada de uma amiga.
Eloísa, 40, assistia ao show com o marido e dois filhos pequenos, destacando a segurança do evento, um fator que, segundo ela, melhorou em relação a edições anteriores da Virada. “Eu já vim bastante no começo, participava das viradas. Mas faz uns três anos que não venho. O clima estava ruim. A última vez foi há dois anos, e agora está bem melhor”, afirmou.
Eloísa também elogiou a performance de Thalma. “Ela é uma cantora muito profunda. Ela se apresenta de uma maneira muito bonita. Esse show, na praça, numa noite gostosa como a de hoje, está maravilhoso.”
Sua performance foi além da potência vocal. Em uma de suas músicas mais especiais do álbum “Sorte”, que leva aos palcos desde o ano passado, ela se mostrou uma grande instrumentalista.
“Sorte” concedeu a cantora em 2019 uma indicação ao Grammy, como melhor álbum de jazz latino. A indicação inédita fez Thalma se tornar o maior nome do jazz brasileiro em um cenário internacional de raízes afro-americanas.