SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Folha homenageia, neste sábado (24), o legado do fotojornalista Sebastião Salgado com uma edição em que todas as fotografias estão em preto e branco.

Em destaque na capa também estão duas de suas fotografias mais emblemáticas: a de garimpeiros em Serra Pelada, de 1986; e a de uma menina em acampamento do MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, de 1996.

O maior fotógrafo brasileiro morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, vítima de uma leucemia grave provocada por uma forma de malária, contraída na Indonésia, em 2010, segundo nota oficial da família.

Salgado dedicou seu olhar às injustiças do mundo em inconfundíveis imagens em preto e branco. De Ruanda à Guatemala, passando por Indonésia e Bangladesh, o brasileiro documentou fomes, guerras, êxodos e exploração trabalhista no Terceiro Mundo com o olhar empático “de alguém que vem da mesma parte do mundo”, como ele costumava dizer.

Seu universo esteticamente elegante era também uma celebração das mais belas paisagens e ao mesmo tempo um alerta sobre a necessidade de protegê-las diante da emergência climática. Ficou conhecido como um dos principais defensores da preservação ambiental com suas fotografias da Amazônia.

Salgado recebeu prêmios de prestígio, incluindo o Príncipe das Astúrias e o Prêmio Internacional da Fundação Hasselblad, e foi tema do documentário indicado ao Oscar “O Sal da Terra”, dirigido por Wim Wenders e pelo filho Juliano Salgado, sobre suas viagens a lugares remotos como o Círculo Polar Ártico e Papua Nova Guiné, que inspiraram seu livro “Gênesis”, lançado em 2013.