O ator brasileiro Wagner Moura foi premiado neste sábado (24) com o troféu de Melhor Ator no 78º Festival de Cannes, na França, por sua atuação no longa “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho. A vitória é inédita para o Brasil na categoria, marcando um feito histórico no prestigiado evento internacional de cinema.
Moura não compareceu à cerimônia de premiação, sendo representado por Kleber Mendonça Filho, que subiu ao palco para receber o reconhecimento em nome do ator.
Ambientado em 1977, durante a ditadura militar, “O Agente Secreto” acompanha a trajetória de Marcelo, um cientista responsável por um laboratório de energia em uma universidade pública em Pernambuco. Após entrar em conflito com interesses ligados à indústria energética, ele se torna alvo de perseguição e precisa fugir com o filho, contando com o apoio de aliados da resistência.
A atuação de Wagner Moura foi amplamente elogiada por veículos internacionais. O Next Best Picture afirmou que o filme “jamais funcionaria sem o magnetismo” do ator, enquanto o The Playlist descreveu sua performance como “radiante”, destacando o equilíbrio entre emoção e contenção.
O longa já havia sido reconhecido anteriormente durante o festival. Recebeu o Prêmio da Crítica da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci) e o Prix Des Cinémas d’Art et Essai, voltado a filmes com apelo para salas de cinema de arte.
A presidência do júri oficial este ano ficou a cargo da atriz francesa Juliette Binoche. A seleção de “O Agente Secreto” para a mostra principal consolidou a presença de Kleber Mendonça Filho no circuito internacional. O diretor já havia exibido “Aquarius” (2016) e “Bacurau” (2019) na competição oficial, sendo este último vencedor do Prêmio do Júri.
Com este reconhecimento, Wagner Moura se junta a outras brasileiras premiadas em Cannes: Fernanda Torres, Melhor Atriz em 1986 por “Eu Sei Que Vou Te Amar”, e Sandra Corveloni, que venceu a mesma categoria em 2008 por “Linha de Passe”. Ele também se soma a Rodrigo Santoro e Ricardo Teodoro, que receberam o Prêmio de Revelação em 2003 e 2024, respectivamente.