O mundo da fotografia perdeu nesta sexta-feira, 23 de maio de 2025, um de seus maiores nomes: Sebastião Salgado faleceu aos 81 anos em Paris, conforme confirmado pelo Instituto Terra, organização ambiental que fundou ao lado de sua esposa, Lélia Wanick Salgado . Segundo informações, o fotógrafo enfrentava complicações decorrentes de uma malária contraída nos anos 1990 .
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado iniciou sua carreira como economista, mas foi na fotografia que encontrou sua verdadeira vocação. A partir de 1973, dedicou-se integralmente à arte de capturar imagens, percorrendo mais de 120 países para documentar temas sociais e ambientais com seu olhar sensível e comprometido .
Seu estilo inconfundível em preto e branco deu vida a séries fotográficas emblemáticas como “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”, nas quais retratou desde a dura realidade de operários e migrantes até a majestade de ecossistemas intocados. Seu último grande projeto, “Amazônia”, foi uma homenagem visual à floresta e aos povos indígenas que nela habitam .
Além de seu trabalho fotográfico, Salgado foi um ativista ambiental apaixonado. Em 1998, fundou o Instituto Terra, que se tornou referência em reflorestamento e educação ambiental no Brasil .
Reconhecido internacionalmente, Salgado recebeu diversos prêmios e honrarias, incluindo o título de Embaixador da Boa Vontade da UNICEF e a Medalha do Centenário da Royal Photographic Society. Em 2016, foi eleito membro da Academia de Belas-Artes da França .
Sua vida e obra foram celebradas no documentário “O Sal da Terra” (2014), dirigido por Wim Wenders e por seu filho Juliano Ribeiro Salgado, que recebeu aclamação internacional e foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário .
Sebastião Salgado deixa um legado inestimável para a fotografia e para a consciência social e ambiental global. Seu olhar profundo e humanista continuará a inspirar gerações futuras a enxergar o mundo com mais empatia e responsabilidade.