SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos está oferecendo US$ 2 milhões (Cerca de R$ 10 milhões na cotação atual) como recompensa a quem tiver informações sobre o uruguaio Sebastian Enrique Marset Cabrera, um fugitivo apontado como líder de uma organização transnacional de tráfico de drogas.

Sebastian, 34, já era procurado em seu país, no Brasil, no Paraguai e na Bolívia. Ele também passou a ser buscado pelas autoridades dos EUA após ser indiciado no dia 7 de março deste ano por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas, usando instituições financeiras americanas.

Os EUA pede por qualquer informação que leve à prisão do homem. As pessoas que tiverem conhecimento sobre o esquema do grupo, da lavagem de dinheiro e de atos de violência de Marset devem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

A oferta de recompensa foi publicada nesta quarta-feira (21). Ela acontece depois de uma megaoperação, ”A Ultranza”, da polícia uruguaia contra o grupo do criminoso. A investigação, realizada em 2022, vinculou a rede de tráfico a mais de 16 toneladas de cocaína apreendidas na Europa e outras apreensões de 11 toneladas e 4,7 toneladas na Bélgica e no Paraguai, respectivamente.

TRAFICANTE ESTÁ FORAGIDO DESDE 2021

Com dez anos de antecedentes ligados ao narcotráfico, ele está foragido desde o final de 2021. Na ocasião, ele deixou os Emirados Árabes com um passaporte uruguaio, onde estava detido por portar documentação paraguaia falsa. Ele também é considerado um dos autores intelectuais do assassinato do promotor antimáfia paraguaio Marcelo Pecci, em maio de 2022, na Colômbia.

Em 2023, a Bolívia ofereceu US$ 100 mil (Aproximadamente R$ 500 mil) por pistas dele. Além disso, lançou uma grande operação na fronteira com o Brasil e com o Paraguai para prendê-lo, mas sem sucesso. O traficante entrou no país boliviano ainda em 2022 com sua esposa peruana, Gianina García Troche, e seus três filhos, e foi até dono de um clube de futebol da Segunda Divisão regional no local.

A esposa dele chegou nesta quarta-feira (21) ao Paraguai extraditada da Espanha. Na Europa, ela foi presa sob a acusação de suposta lavagem de dinheiro no Paraguai. A mulher, de 32 anos, foi acusada em 2022 – depois da operação ”A Ultranza” – de fazer parte da estrutura criminosa liderada por seu marido fugitivo.

O QUE DIZ A DEFESA

Defesa fala que o cliente é ”inocente e nunca praticou nenhum crime”. Ao UOL, o advogado brasileiro Eduardo Mauricio e o advogado uruguaio Santiago Moratório argumentam que as provas digitais geradas durante a operação A Ultranza teriam sido manipuladas pela polícia francesa. ”Marset desconhece essas mensagens e nunca fez uso do referido telefone criptografado, sendo um empresário internacional de conduta ilibada.”

Os dois alegam ainda que o Paraguai ”inflou” a inclusão de Sebastian na Interpol. Segundo eles, isso foi feito atribuindo a ele crimes que não lhe foram imputados formalmente, ”com o fim de forçar uma prisão e até mesmo uma extradição em caso de detenção”.