SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois policiais militares foram afastados das funções operacionais após a morte de Natanael Venâncio Almeida, 19. O jovem foi baleado durante uma perseguição realizada por agentes da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) na noite de domingo (18), na Vila Andrade, zona sul de São Paulo. O sepultamento ocorreu na manhã desta quarta-feira (21).

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do estado informou que a ocorrência está sendo investigada pelo (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e pela própria Polícia Militar, que instaurou um inquérito para apurar a conduta dos agentes envolvidos.

O caso aconteceu por volta das 22h15 do domingo, na Vila Andrade. Segundo a família, Almeida teria saído de moto para comprar um remédio para mãe e fugiu dos agentes por medo de perder o veículo, já que estava sem capacete e sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

A perseguição seguiu pela avenida Carlos Caldeira Filho. Ele conseguiu chegar até em casa, onde foi morto a tiros pela PM.

Ainda de acordo com familiares, a moto era de Almeida, comprada com a ajuda da mãe, para trabalhar como entregador. Ele deixou uma filha de poucos meses.

Segundo o boletim de ocorrência, Natanael Almeida estava com um homem na garupa quando desobedeceu a uma ordem de parada de três PMs. Durante a perseguição, os dois teriam descido da moto em uma viela e tentado escapar a pé. Dois dos agentes conseguiram deter o garupa, enquanto o terceiro seguiu atrás de Almeida.

Conforme consta no registro policial, o jovem estaria armado e teria ocorrido um confronto. O policial disparou três vezes: dois tiros atingiram Almeida e o terceiro feriu a mão esquerda do próprio agente.

Os policiais utilizavam Câmeras Operacionais Portáteis, e as imagens captadas durante a ação serão anexadas ao processo investigativo. As armas utilizadas foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

Além disso, a SSP requisitou laudos aos institutos de Criminalística e Médico Legal, que serão analisados para ajudar no esclarecimento dos fatos.

A PM declarou, em nota, que atua dentro dos limites da legalidade e que não tolera excessos ou desvios de conduta por parte de seus agentes. “Toda denúncia de abuso é rigorosamente apurada pela Corregedoria”, informou a corporação.

Em evento na terça-feira (20), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) se pronunciou brevemente sobre o caso.

“A gente não vai tolerar a violência policial, não vai tolerar excessos. Essas abordagens serão investigadas, imediatamente esses policiais já são afastados. É o que aconteceu [nesses casos], eles ficam à disposição da Corregedoria, fora do serviço de rua até o esclarecimento. Havendo constatação de que houve excesso, eles vão ser punidos severa, rigorosamente”, disse.