Mensagens de WhatsApp obtidas pela Polícia Federal revelam que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente-coronel do Exército, chegou a afirmar que preferia Luiz Inácio Lula da Silva à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como opção para a Presidência da República. A conversa ocorreu em janeiro de 2023, pouco depois do início do terceiro mandato de Lula, e veio à tona por meio de reportagem do portal UOL.

Na troca de mensagens com Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Cid reagiu a uma possível candidatura de Michelle à presidência em 2026 dizendo: “Prefiro o Lula, hahahaha”. Wajngarten respondeu com um “Idem”, concordando com a avaliação.

Na sequência, o diálogo avançou para críticas à ideia de Michelle disputar cargos eletivos. Segundo Cid, a ex-primeira-dama não resistiria à exposição da política e seria alvo de ataques devido a aspectos de sua personalidade e fatos do passado:

“Se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída… vão usar tudo contra ela. E o Valdemar também fala demais. Tá todo enrolado com aqueles papéis, documentos…”, disse, referindo-se ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Dias depois, Wajngarten compartilhou uma reportagem sobre o nome de Michelle ser cotado ao Senado e disse ter perguntado a Bolsonaro se ele havia aprovado tal movimentação. Para ele, a candidatura traria mais danos do que benefícios, já que, segundo suas palavras, “só renderia matérias negativas”.

Cid concordou novamente, afirmando que Michelle “tem muito furo” e “muita coisa pra queimar, inclusive do passado”.

As mensagens lançam luz sobre os bastidores da política bolsonarista e revelam tensões internas sobre o futuro do movimento, especialmente após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).