BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – A morte de uma adolescente de 14 anos em sala de aula em Uberaba, no Triângulo Mineiro, não envolveu a participação de outras pessoas além dos dois menores de idade já apreendidos, dizem membros do Ministério Público e da Polícia Civil.

Eles negaram que o caso tinha sido planejado em redes sociais ou em fóruns da internet.

“Não há outros envolvidos nesse planejamento, não há grupos de internet, seitas. Não há uma lista [com novos alvos], nada disso”, disse o promotor André Tuma Delbim.

Os dois suspeitos, também de 14 anos e colegas da jovem que morreu, foram apreendidos e estão internados em unidades fora da cidade.

O suspeito de ter atacado a jovem no dia 8 de abril fugiu do local, mas foi localizado horas depois pela Polícia Militar e apreendido em flagrante por ato infracional análogo ao crime de homicídio. Procurada, a defesa dele não respondeu.

O colega dele é apontado pela Promotoria e pela Polícia Civil como suspeito de também ter planejado o caso e arquitetado a rota de fuga.

Ele foi apreendido no dia seguinte pelos policiais por ato infracional análogo ao crime de participação no homicídio. O caso está sob segredo de Justiça, e a reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.

De acordo com o promotor Diego Aguillar, que atua na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes em Uberaba, o ataque não foi motivado por qualquer tipo de bullying cometido pela vítima, que não tinha inimizade com o suspeito. Ele teria afirmado aos policiais horas depois do ataque que tinha inveja pelo fato de a menina ser alegre.

“A vítima foi definida no dia. Existia um plano que saiu principalmente da cabeça do primeiro envolvido, um planejamento de um ato infracional análogo ao homicídio”, disse Aguillar.

O suspeito de ter atacado a colega havia levado para a escola uma faca e entregou à vítima uma folha de caderno segundos antes de desferir uma série de golpes em seu tórax. Segundo o promotor Tuma, o papel continha uma espécie de sentença de morte.

Se a Justiça decidir pela pena máxima prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os suspeitos podem ficar até três anos internados.

Os promotores ainda afirmaram que o colégio Livre Aprender, onde ocorreu o caso, contribuiu com as investigações e não teve responsabilidade com o fato.

À época, a instituição disse em nota que ofereceu apoio psicológico aos envolvidos e que tomará as medidas necessárias de suporte à comunidade.