CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) – O cineasta iraniano Jafar Panahi, que concorre à Palma de Ouro com “It Was Just an Accident”, apareceu em Cannes pela primeira vez em 15 anos para a primeira exibição de seu filme, rodado clandestinamento.
O diretor foi condenado pelo regime do Irã em 2010, acusado de fazer propaganda contra o governo, e teve seu direito de viajar suspenso. A presença lembrou a de seu conterrâneo Mohammad Rasoulof, no ano passado, que também fugiu do Irã para comparecer à estreia de “A Semente do Fruto Sagrado”.
ESPALHANDO VERDADES
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi ao festival, nesta terça-feira, cerca de um ano após ser solto. Ele participou do lançamento de “The Six Billion Dollar Man”, documentário sobre a sua trajetória.
O jornalista e ciberativista foi procurado por quase 15 anos pela justiça americana após divulgar documentos do governo sobre crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão. Assange foi preso em 2019, depois de viver sete anos na embaixada equatoriana em Londres, e foi solto somente em junho do ano passado após um acordo.
TRATO FEITO
A Gullane+, braço da distribuidora brasileira Gullane, adquiriu os direitos de “Para Vigo Me Voy!”, documentário sobre Cacá Diegues dirigido por Lírio Ferreira e Karen Harley. No Mercado do Filme, outras produções brasileiras aguardam para fechar negócio, como “Sossego”, novo longa de Anita Rocha, e “Maria, a Rainha Louca”, coprodução entre Brasil e Portugal que relê a história da rainha Maria 1ª, estigmatizada pela história como louca.
COPO MEIO CHEIO
Os negócios no Mercado do Filme estão fluindo, o que aliviou vendedores que temiam uma retração pelas ameaças de tarifas de Donald Trump para filmes produzidos fora dos Estados Unidos.
O estande da Coreia do Sul, porém, chega ao final do festival com as vendas estagnadas já que, pela primeira vez em 12 anos, nenhum filme do país está na corrida pela Palma de Ouro. Alguns produtores estão preocupados, já que as portas desse setor do evento se fecham na quarta.
