LISBOA, PORTUGAL (UOL/FOLHAPRESS) – Um bebê de quatro meses morreu engasgado nesta segunda-feira (19) em uma creche clandestina de Curitiba. Segundo a Polícia Civil do Paraná, os donos do local, um homem e uma mulher, cuidavam sozinhos de cerca de 20 crianças. Sobrelotação teria ocorrido porque creches municipais da região estavam fechadas.

Donos do local, um homem e uma mulher, cuidavam sozinhos de cerca de 20 crianças. Segundo a Polícia Civil, sobrelotação teria ocorrido porque creches municipais da região estavam fechadas.

Bebê teria morrido após engasgar com leite na manhã desta segunda-feira (19). O delegado da Polícia Civil do Paraná, Fabiano Ribeiro, disse em coletiva que o bebê tomou a mamadeira e foi colocado deitado de lado em uma cama de solteiro. Pouco depois, a mulher percebeu que ele estava com os lábios roxos.

Bebê teve problema respiratório semanas antes. Ao UOL, o advogado Valter Ribeiro Júnior disse que os responsáveis pelo bebê informaram os donos da creche que ele tinha sido internado semanas antes com uma bronquiolite, que pode ter colaborado para a morte. O corpo ainda deve passar por exames periciais para determinar a causa do óbito.

Creche improvisada estava em funcionamento há 10 anos, mas não tinha autorização legal.

Casal disse ter recebido conselho tutelar e vigilância sanitária após denúncia. Eles contaram à polícia que a Vigilância Sanitária teria dito que o local não poderia funcionar sem licença, mas não forçaram o encerramento.

Casal responsável pela creche foi preso. A mulher, de 43 anos, pagou R$ 3 mil de fiança e foi liberada. Já o homem, de 37 anos, não teria conseguido o dinheiro para pagar a fiança e foi enviado para uma cadeia pública. Ele será encaminhado para audiência de custódia.

DEFESA ALEGA QUE CRIANÇAS ERAM BEM CUIDADAS

Defesa disse ao UOL que fará pedido de liberdade provisória. Segundo o advogado, o local estava limpo e as crianças bem cuidadas. Ele classificou o caso como uma “fatalidade” causada pela deficiência do estado.

Suspeitos responderão por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Para o delegado, “tentando ajudar os pais que precisam ir pro trabalho”, eles “acabaram assumindo o risco”.

BEBÊS CHEGAVAM DE MANHÃ E SAIAM SÓ NA HORA DO JANTAR

Valor da mensalidade de R$ 300 da creche incluía cuidados e alimentação. Algumas crianças ficavam no estabelecimento até a hora do jantar.

Para o casal, atividade não era ilegal. “Os donos entendem que não eram uma creche, mas sim cuidadores”, explicou o delegado.

Donos não tinha treinamento de primeiros socorros. Apesar de não terem formação, também segundo o delegado, o procedimento para desengasgamento foi realizado. Depois, foram orientados pelo Samu a fazerem massagem cardíaca na tentativa de reanimar o bebê. Apesar disso, quando a equipe de socorro chegou, a criança já estava morta.

São pais de 3 adolescente, têm experiencia a lidar com criança e estão há 10 anos trabalhando sem incidentes registrados. Não são pessoas que não sabem lidar com crianças, mas essa situação de emergência exige um preparo emocional e técnico que essas pessoas não têmDelegado Fabiano Oliveira, em coletiva de imprensa

O UOL entrou em contato com a Secretaria Municipal da Educação de Curitiba para confirmar se as creches estavam funcionando normalmente. Até a publicação desta reportagem, o órgão não havia se posicionado. O espaço segue aberto.