SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem foi agredido por policiais militares durante abordagem na zona sul de São Paulo, na madrugada de domingo (18). Segundo os PMs, ele estaria com uma moto roubada.
A Polícia Militar afastou os três agentes e investiga o caso.
A abordagem aconteceu na rua São Pedro de Nova Friburgo, no Jardim das Imbuias. Vídeo que circula nas redes sociais mostra o suspeito caído no chão, já imobilizado, sendo agredido por um policial com golpes de cassetete e chutes. Um segundo PM também chuta o homem. O terceiro agente observa a cena com uma arma de cano longo em punho.
Nas imagens é possível ouvir que o homem grita de dor a cada golpe recebido.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), os agentes realizaram a abordagem após constatarem que o homem estava com uma motocicleta roubada.
Ele foi preso e encaminhado ao 101° DP (Jardim das Imbuias). A pasta não informou a identidade do suspeito e se ele já respondeu por outros crimes.
O caso foi registrado como receptação de veículo, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e localização/apreensão de veículo.
“A abordagem não condiz com as diretrizes da Polícia Militar. Os agentes envolvidos foram identificados e imediatamente afastados. A PM instaurou um Inquérito Policial Militar para analisar o caso”, afirmou a SSP.
OUVIDORIA AFIRMA QUE HOUVE TORTURA
A Ouvidoria das Polícias de São Paulo afirma que o espancamento trata-se de um caso de tortura e oficiou a Corregedoria da Polícia Militar, solicitando imagens das câmeras corporais, exames periciais e corpo de delito da vítima.
“O que está se chamando de abordagem violenta, para nós é um claro caso de tortura, condenado pelo artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos […]”, afirmou a Ouvidoria em nota.
Além do afastamento dos agentes, a Ouvidoria defende verificação do estado mental deles.
“Assim, mais do que afastar os policiais, é urgente e imprescindível perícia e acompanhamento médico especializado para se identificar o real estado mental e qual o tratamento adequado para esses agentes envolvidos na operação. Da mesma forma é preciso verificar aspectos funcionais como carga de trabalho, entre outros, pois o caminho da punição não é suficiente, mas o tratamento e reabilitação profundos, para que não mais se repitam tristes episódios como esse”, concluiu.