BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) defendeu nesta terça-feira (20) o trabalho do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em meio a rumores de que o baiano seria o responsável por vazar informações de um jantar entre os ministros, Lula e a primeira-dama, Janja, com o líder da China, Xi Jinping.

Janja teria citado efeitos nocivos do TikTok, plataforma chinesa, em conversa com Xi, o que teria causado desconforto entre os presentes.

A informação veio a público e gerou irritação em Lula, que repreendeu sua comitiva pelo vazamento e afirmou, no dia seguinte, que a fala acerca da rede social foi feita por ele, e que Janja teria apenas complementado.

“O Rui é tratado como se fosse um cara que não deixa as coisas acontecerem. Quando na verdade todos vocês, prefeitos, devem ter um secretário que tem o mesmo papel que o chefe da Casa Civil”, disse Lula em evento com prefeitos do país, em Brasília.

“Quero aproveitar na frente dos prefeitos, agradecer o papel importante e levante do Rui Costa, o governador mais bem sucedido da Bahia joga no meu governo.”

O chefe da Casa Civil também já afirmara ter sido vítima de “fogo amigo”, ao ser apontado de ser o responsável pelo vazamento. Como a coluna Mônica Bergamo informou, Lula fez questão de deixar claro aos ministros que viajaram que estava contrariado e inconformado com o vazamento da conversa.

A viagem de Lula à China ficou marcada pelo vazamento de uma conversa que o petista e a primeira-dama tiveram com o líder chinês sobre a rede social.

Embora Lula tenha negado desconforto com as autoridades de Pequim, o episódio expôs o governo, com acusações sobre quem foi o responsável pela divulgação à imprensa, e irritou o presidente da República, que publicamente criticou o ocorrido.

As falas a favor de Rui foram feitas na abertura da 26ª Marcha dos Prefeitos, evento anual que reúne gestores municipais de todo o país.

Em seu discurso, Lula também falou sobre a responsabilidade dos gestores municipais, em meio a demandas dos municípios por uma flexibilização do envio de emendas parlamentares, verba limitada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

“É preciso que a gente aprenda de uma vez por todas que os problemas que nós temos têm que ser resolvidos numa mesa de negociação e não no Judiciário”, declarou. “As coisas só têm que ir pro Judiciário quando nossa capacidade política for exaurida.”

Antes de Lula, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, discursou sobre as demandas dos prefeitos e sugeriu que Lula “abrisse o olho”, ao criticar o limite imposto às emendas parlamentares pelo STF.

O envio das emendas é de interesse dos municípios, por se tratar de um envio de verba feito pelos deputados federais a seus estados.