O Brasil assumiu a liderança global em procedimentos estéticos cirúrgicos em 2023, com mais de 2,18 milhões de intervenções, superando até os Estados Unidos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). O fenômeno é impulsionado pela forte valorização da aparência no país e pela excelência técnica dos profissionais locais.

A lipoaspiração permanece como o procedimento mais requisitado, especialmente nas regiões do abdômen, coxas e braços. Em Goiânia, o cirurgião plástico Pablo Rassi aponta uma alta procura por técnicas como a lipo HD (alta definição), mastopexia com ou sem prótese e ginecomastia. Ele também destaca o crescimento da demanda pelo RibXcar, uma cirurgia inovadora e pouco invasiva que afina a cintura por meio do reposicionamento das costelas inferiores.

Apesar do número crescente de cirurgias, há uma mudança no perfil de quem procura esse tipo de intervenção: a busca por resultados mais sutis, com foco em naturalidade e longevidade. “As pessoas querem envelhecer bem, com equilíbrio e harmonia. O objetivo hoje é realçar o que já existe, e não transformar completamente”, explica Rassi.

Sonho realizado — com responsabilidade

A empresária Daniele Flöter é um exemplo de quem viu na cirurgia plástica a chance de transformar a autoestima. Após anos adiando o procedimento por receio do pós-operatório, ela optou por remodelamento de costelas e lipo HD em diversas áreas. Em apenas um mês, já percebia mudanças expressivas em seu corpo e relatava melhora significativa em sua relação com o espelho.

“Minha recuperação foi tranquila e o resultado superou minhas expectativas. Hoje, vejo que adiar foi perda de tempo. É algo que me trouxe confiança e leveza”, afirmou.

Contudo, nem todas as experiências são tão positivas. O crescimento da demanda por cirurgias e a influência das redes sociais também abriram espaço para ofertas perigosas de procedimentos feitos por profissionais sem qualificação médica. Essa prática tem alarmado especialistas.

Riscos escondidos por trás de preços baixos

A cirurgiã plástica Cristina Destro alerta: “Cirurgia plástica é, antes de tudo, uma questão de saúde. Procedimentos mal executados por pessoas não habilitadas podem causar infecções, sequelas permanentes e, em casos extremos, risco de morte.”

Cristina reforça a importância de verificar se o profissional escolhido é médico, possui especialização reconhecida e está registrado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Ela também destaca que qualquer procedimento, mesmo os menos invasivos, requer estrutura adequada e conhecimento técnico rigoroso.

O cirurgião Pablo Rassi concorda e aponta que muitos pacientes só percebem o risco quando precisam de reparos posteriores — o que, além de mais caro, pode não trazer os resultados desejados. “O barato pode sair muito caro. Em muitos casos, o paciente sente vergonha de admitir que caiu em uma cilada e demora a buscar ajuda, agravando a situação”, afirma.

Segurança deve vir antes da estética

Com a explosão dos procedimentos estéticos no Brasil, cresce também a responsabilidade de quem busca transformar sua imagem. A beleza, segundo os especialistas, deve andar lado a lado com a segurança. Antes de qualquer decisão, o paciente deve pesquisar, questionar, e acima de tudo, priorizar a saúde.

Como reforça Cristina Destro:

“Cirurgia plástica vai além da vaidade. É sobre autoestima, bem-estar e segurança. Investir em um bom profissional é investir em si mesmo.”