SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Citroën atingiu a marca de 1 milhão de automóveis produzidos no Brasil. O modelo histórico é um Basalt vermelho rubi montado em Porto Real (RJ) nesta segunda (19). A saga começa nos anos 1990, quando o grupo PSA (que reunia as marcas Peugeot e Citroën) iniciou o processo para construção da fábrica.

Além do Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo ofereceram incentivos para abrigar a linha de produção. Em outubro de 1997, foi confirmada a instalação na região sul fluminense. O investimento foi estimado em US$ 600 milhões, com geração de 2.500 empregos diretos.

O primeiro modelo Citroën montado em Porto Real foi a minivan Xsara Picasso, a partir de dezembro de 2000. O lançamento comercial ocorreu em março do ano seguinte, época em que o segmento estava aquecido. As concorrentes diretas eram a Renault Scénic e a Chevrolet Zafira.

As características inovadoras mostravam que o modelo monovolume seguia a tradição da Citroën. Os passageiros do banco traseiro tinham sua própria saída de ar-condicionado, com direito a regulagem da velocidade do vento.

Em seguida, veio a primeira geração do Citroën C3, lançada em maio de 2003. Seu concorrente direto era o Honda Fit, o que mostra a diferença daquele carro para o C3 atual, que se tornou um modelo de apelo popular.

A empresa, contudo, teve crises de identidade no mercado brasileiro. Sergio Habib, que foi importador, presidente da marca no Brasil e dono da maioria das concessionárias por quase 30 anos, apresentava a marca francesa como premium, mas não era bem assim.

O posicionamento podia até ser justificado por modelos importados como XM, Xantia e C5, mas, a partir do momento em que a produção nacional foi iniciada, era preciso brigar por volume de vendas em um mercado altamente concorrido.

Em 2010, chegou o SUV compacto Aircross, uma tentativa de fazer frente ao Ford EcoSport. Era basicamente a minivan C3 Picasso europeia com suspensão elevada e fantasia de Indiana Jones. As vendas se estenderam até o início de 2021.

O nome Aircross voltou à linha no fim de 2023, já sob a gestão do grupo Stellantis. Apesar do espaço interno elogiável e de ter opção com sete lugares, falta o apelo do caçula da linha: o Basalt. O SUV nacional de estilo cupê é o primeiro Citroën a ter fila de espera superior a três meses nesta década.