RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), oficializou nesta segunda-feira (16) a indicação do vice, Thiago Pampolha (MDB), para uma vaga de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O movimento é parte de um acordo político para permitir que o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), possa assumir o Palácio Guanabara no ano que vem para disputar o governo estadual em evidência no cargo e com o apoio de Castro.
Pampolha deve ser sabatinado já nesta semana pela Alerj, órgão responsável pela aprovação do nome. O processo deve ser rápido, a fim de evitar reviravoltas causadas pela relação turbulenta entre o governador e o vice.
Desde o ano passado, quando trocou o União Brasil pelo MDB sem aval de Castro, Pampolha vive às turras com o ex-companheiro de chapa. Chegaram a romper, depois se reconciliaram, mas o vice ainda não recuperou o espaço que tinha no governo, como secretário de Ambiente.
Nas eleições municipais, ele se aproximou de Eduardo Paes (PSD), provável candidato de oposição ao governo estadual em 2026. Pampolha esteve num evento em que o prefeito do Rio de Janeiro chamou Castro de “frouxo”. Neste ano, o vice se colocou como pré-candidato para 2026. Ampliou o investimento em suas redes sociais, buscando um discurso duro na segurança pública, à semelhança do governador.
Contudo, a pretensão do emedebista não ganhou força com a falta de perspectiva de apoio nacional. Bacellar tem se aproximado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Paes conta com o apoio do presidente Lula.
Castro deve promover uma reforma no secretariado e também deve reservar espaço para indicados de Pampolha na Cedae.
Confirmada a aprovação de Pampolha para o TCE, a linha sucessória fica livre para que Bacellar assuma o governo no ano que vem. A expectativa é que Castro renuncie depois do Carnaval de 2026 para concorrer a uma das duas vagas em disputa para o Senado.
O movimento fará com que Castro tenha dois aliados no TCE. Ele também foi o responsável pela indicação do ex-deputado Márcio Pacheco, atual presidente do tribunal.
Há expectativa de mais uma nomeação até o fim do mandato, a depender da conclusão do processo contra Domingos Brazão, no STF (Supremo Tribunal Federal), sob acusação de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL).