BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo elevou a projeção de crescimento da economia de 2,3% para 2,4% em 2025. O Ministério da Fazenda espera um primeiro trimestre mais forte do que o anteriormente previsto, além de maior produção agropecuária ao longo do ano.

A pasta afirma que, após uma aceleração no primeiro trimestre, a atividade tende a se desacelerar e ficar próxima à estabilidade no segundo semestre. No ano, o agronegócio deve ser o setor de maior crescimento, com expansão de 6,3%, enquanto a indústria deve avançar 2,2% e o setor de serviços, 2%.

Apesar de ser observada uma moderação no ritmo de crescimento de setores e de menores impulsos vindos do mercado de trabalho e crédito, a perspectiva é que a produção agropecuária leve a um avanço geral no PIB.

A avaliação é que o mercado de trabalho seguiu resiliente no primeiro trimestre, com desaceleração moderada no ritmo de expansão da população ocupada e massa de rendimentos. O ritmo de crescimento das concessões reais de crédito também desacelerou no período, refletindo piores condições financeiras e possivelmente o aumento dos juros.

Ao analisar o contexto externo, o Ministério da Fazenda afirma que as tarifas comerciais têm pressionado a cotação do dólar para baixo e levado a maior inclinação na curva de juros americana. De acordo com a pasta, o recente rebaixamento da nota de crédito do país devido a questões fiscais tende a acentuar ainda mais esses movimentos.

A pasta comandada pelo ministro Fernando Haddad afirma que, para países da América Latina, a imposição de tarifas pode até mesmo ajudar a reduzir pressões inflacionárias. “O excesso temporário de produção de bens na China, a queda nas cotações de commodities e o enfraquecimento do dólar podem auxiliar a reduzir pressões inflacionárias nesses países, compensando efeitos adversos que a imposição de tarifas comerciais nos EUA e China podem gerar em cadeias de suprimento”, afirma.

O Ministério afirma ainda que o impulso negativo para o crescimento desses países em função, principalmente, da menor demanda mundial por commodities, também pode funcionar como vetor adicional de desinflação no curto prazo.

A inflação prevista para o ano também diminuiu. A estimativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 4,9% para 5% em 2025.

Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que reflete com mais peso os preços vivenciados pelas classes menos favorecidas, passou de 4,8% para 4,9% em 2025.

O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), que engloba preços no atacado, passou de 5,8% para 5,6%.